Por DCM
Neste domingo (26), a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação que reuniu cerca de 13 mil apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo cálculos realizados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
O mesmo grupo estima que a última grande manifestação de apoio a Bolsonaro na Avenida Paulista, em 7 de setembro de 2022, reuniu cerca de 32 mil pessoas. Isso indica uma redução de mais da metade do público em pouco mais de um ano nesse tipo de evento.
O ato de 2023, que teve como mote a “defesa do Estado democrático de direito”, foi convocado em resposta à morte de Clériston Pereira da Cunha, um dos presos pelos atos de depredação da Praça dos Três Poderes em janeiro, falecido durante um banho de sol na Penitenciária da Papuda, em Brasília, no último dia 20.
O grupo de pesquisa “Monitor do debate político”, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, liderado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, utilizou fotos aéreas tiradas na avenida entre 15h30 e 15h45, aplicando o método Point to Point Network. Esse método identifica as cabeças das pessoas nas imagens, dividindo-as em várias partes, e estima o público total, com um erro percentual médio de 12% para mais ou para menos.
Imagem aérea usada para calcular o volume de pessoas na Paulista. Foto: divulgação
A manifestação se concentrou principalmente em um quarteirão em frente ao Masp e contou com a presença de um único trio elétrico, onde parlamentares e lideranças religiosas proferiram discursos. A análise das imagens e a estimativa de público foram feitas de maneira semelhante ao método aplicado anteriormente em 2022.
Esse é o segundo “flop” de atos bolsonaristas nas últimas semanas. No Dia da Proclamação da República, 15 de novembro, as manifestações em Brasília e São Paulo tiveram presença pouco expressiva comparada a eventos anteriores.
Cerca de 100 pessoas estavam na frente da Fiesp por volta das 13h, expandindo para ocupar parte da Paulista e da ciclovia às 14h. Em Brasília, mais de 200 apoiadores caminharam 1 km no Eixo Rodoviário, com discursos em frente à sede do Banco Central. Ao longo da tarde, mais bolsonaristas chegaram aos pontos de encontro, mas sem causar grandes aglomerações.
O ato de ontem foi convocado pelo pastor Silas Malafaia, e chegou a ganhar apoio de Bolsonaro, que também gravou um vídeo convocando seus seguidores para a manifestação. No entanto, um dia antes da realização do protesto, ele desistiu de ir a São Paulo.
O ex-presidente estava programado para discursar do alto de um trio elétrico alugado por Malafaia. O organizador assegurou que não haveria ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante o discurso.
Foto: reprodução