O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom contra os empresários beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos e cobrou uma contrapartida dos 17 setores contemplados para que a medida continue em vigor. O benefício, prorrogado pelo Congresso Nacional até 31 de dezembro de 2027, permite que os setores contemplados deixem de pagar cerca de 20% da folha de pagamento dos trabalhadores para a Previdência Social e contribuam com alíquota que varia entre 1% e 4,5%.
Em discurso realizado na cerimônia de retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, nesta quinta-feira (18), Lula disse que os empresários deveriam garantir a estabilidade dos trabalhadores. “Esse país não pode ficar subordinado a pequenez, por pessoas que estão brigando para que a gente faça a desoneração da folha de salários. Por acaso os empresários, que fazem essa proposta, estão oferecendo uma contrapartida? Por que não garantem estabilidade para os trabalhadores durante todo o período? Por que não garante que uma parte que vai lucrar com a desoneração distribuir em forma de salários? Só eles querem. Só eles desejam. Esse país precisa mudar”, disparou Lula.
Lula editou uma Medida Provisória, no fim do ano passado, para acabar gradualmente com a desoneração, chamada de MP da Oneração. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem dialogado com líderes do Congresso Nacional, além dos presidentes das duas casas, para viabilizar a aprovação da matéria. Haddad deve se reunir, na noite desta quinta-feira (18), com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a MP da reoneração. Na quarta-feira, Haddad se reuniu com Lula, no Palácio da Alvorada. No dia anterior, o ministro se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir o tema. A previsão é a de que Haddad se reúna com líderes do Congresso, em fevereiro, na volta do recesso parlamentar.
Com informações da Itatiaia.
Foto: Ricardo Stuckert.