Home Brasil Entenda por que filho de Gal Costa pediu a exumação do corpo da mãe e o translado dos restos mortais da cantora para o Rio de Janeiro

Entenda por que filho de Gal Costa pediu a exumação do corpo da mãe e o translado dos restos mortais da cantora para o Rio de Janeiro Segundo a certidão de óbito, Gal morreu aos 77 anos, em novembro de 2022, em decorrência de um infarto agudo no miocárdio; documento descreve ainda como causa da morte uma neoplasia maligna de cabeça e pescoço.

16 de março de 2024, 08h33 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Gabriel Costa, filho de Gal Costa, pediu à Justiça de São Paulo autorização para que o corpo da mãe seja exumado e passe por necrópsia.

Além disso, em solicitação feita nesta quinta-feira (14), o único herdeiro requisitou o translado dos restos mortais da cantora para um cemitério no Rio de Janeiro, já que ela foi enterrada na capital paulista.

Segundo a certidão de óbito, Gal morreu aos 77 anos, em novembro de 2022, em decorrência de um infarto agudo no miocárdio. O documento descreve ainda como causa da morte uma neoplasia maligna [câncer] de cabeça e pescoço.

Entenda as razões que levaram aos pedidos:

➡️ Exumação do corpo
Gabriel questiona a informação da certidão de óbito e agora quer que uma perícia judicial pós-exumação determine a causa da morte da cantora. Ele diz que, um dia antes do falecimento, a mãe estava aparentemente bem de saúde:

“A situação se faz de tal modo misteriosa que o requerente, filho único e herdeiro [de Gal], se pergunta como veio a falecer sua mãe, que parecia estar bem, vivenciando o dia a dia em sua residência e, de repente, foi acometida, subitamente, com a morte, sem testemunhas que descrevessem como e por que se deu a passagem. Sem explicações”, apontou a defesa.
➡️ Suspeita de morte natural
O advogado de Gabriel afirma que, na verdade, Gal teve “morte natural por causa desconhecida”, e não infarto agudo do miocárdio. Segundo ele, no momento da morte, não havia nenhum médico que pudesse atestar o verdadeiro motivo do óbito.

A petição afirma também que Wilma Petrillo, viúva de Gal e madrinha de Gabriel, recebeu o SAMU no local da morte e proibiu “qualquer autópsia que fornecesse maiores informações e determinando desde logo o sepultamento em jazigo particular, de acesso restrito”.

“A questão aflige tanto o filho de Gal quanto amigos próximos da cantora, que, desde sua morte, realizam pleitos para investigação da causa da morte”.

O g1 entrou em contato com a defesa de Wilma, mas não obteve retorno até a última publicação desta reportagem.

➡️ Por que transferir restos mortais para o Rio de Janeiro
Gabriel também pede que o corpo da mãe seja transferido de São Paulo, onde foi enterrado, para a cidade do Rio de Janeiro.

Ele diz que Gal foi sepultada no Cemitério da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, na Consolação, por discricionariedade de Wilma Petrillo.

Segundo o pedido, Gal manifestou “vontade inequívoca” de ser sepultada no Cemitério São João Batista, na capital fluminense, onde estão enterrados outros grandes nomes da música popular brasileira, como Ademilde Fonseca, Carmem Miranda, e Cazuza.

“Não é justo, tampouco jurídico, que ela esteja segregada entre pessoas estranhas aos laços de sua família, e em um futuro distante (assim se espera), o requerente, com sua mãe e avó materna (Mariah Costa Penna) no Cemitério São João Batista, na Cidade do Rio de Janeiro”, diz o documento.

➡️Filho relata coação por parte da madrinha
Gabriel também acionou a Justiça para requerer a nulidade de um documento assinado por ele mesmo no qual dizia que Wilma Petrillo, viúva da cantora, vivia com Gal como se elas fossem casadas. Na manifestação, que agora questiona, Gabriel disse também que considerava Wilma como mãe.

A declaração foi determinante para que o Judiciário reconhecesse que Wilma mantinha união estável com Gal, o que a colocou também na posição de herdeira. (leia mais abaixo)

No entanto, segundo Gabriel, ele apenas escreveu e assinou a carta porque teria sido coagido por Wilma. Ele disse, ainda, que temia por sua segurança física e psicológica em razão de, à época, morar na mesma casa que a viúva.

O herdeiro diz que as coações começaram a partir da morte de Gal, em novembro de 2022. De acordo com Gabriel:

Ele foi “submetido por Wilma a ingerir medicamentos de receita controlada, tendo ingressado em estado de tamanho abalo psicológico que teve sua capacidade cognitiva severamente reduzida”;
Wilma lhe fazia ameaças “dizendo que deveria a ela se submeter”, alegando que a Justiça teria deferido a guarda dele a ela até os 21 anos;

A viúva teria tentado convencer Gabriel a assinar “um documento de confissão de dívida e que possuía direito sobre 75% dos bens [de Gal] e que, por mera liberalidade, decidiu dividir os bens em 50% para ela e 50% para o herdeiro”;

Wilma teria dito: “Se você não assinar [a declaração], a gente não recebe o dinheiro e a gente vai passar fome, você não pode fazer isso comigo, não, Gabriel”.

Gabriel aponta, ainda, que, desde a infância, não presenciou indicativos de que sua mãe e Wilma se relacionavam como casadas, embora não descarte a possibilidade de que ambas teriam se relacionado amorosamente antes de sua adoção.

Ele diz que considera Wilma sua madrinha e que nutre por ela “grande estima e consideração, apesar de ter consciência da manipulação psicológica e da coação exercida durante os eventos ocorridos”.

O juiz da 12ª Vara da Família e Sucessões da capital, no entanto, apontou que Gabriel deve ingressar com ação própria e não reconheceu pedido algum proposto no âmbito da ação de inventário.

Wilma solicitou abertura de inventário e reconhecimento de união estável pós-morte em janeiro de 2023, dois meses depois da morte de Gal. Ela diz que ambas conviveram por cerca de 20 anos.

Com informações do G1.
Foto: Reprodução.

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