O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viajou a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (15/3) para apresentar um conjunto de ações do governo federal para o estado. Essa é a primeira ida do petista à região gaúcha neste ano.
Durante o evento, o chefe do Executivo voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por não ter reconhecido o resultado da eleição de 2022, da qual o petista saiu vencedor.
“Até hoje ele não reconhece a derrota. Outro dia ele falou: ‘Eu não sei como perdi’. Ele não sabe como perdeu porque gastou quase R$ 300 bilhões e achava que não ia perder, e perdeu”, disse o presidente.
Lula também fez provocações ao ex-presidente ao afirmar que o governo anterior não executou obras de infraestrutura.
“Queria que alguém mostrasse uma obra que foi feita no governo passado. É impressionante a incapacidade de execução”, pontuou. “Isso é uma demonstração de que quando você não tem o que mostrar, não tem o que fazer, você arruma briga. Todo dia arruma briga com alguém, xinga alguém, provoca a imprensa”, completou.
Investimentos
O chefe do Executivo, acompanhado de uma comitiva de ministros, apresentou detalhes das obras previstas no escopo do Novo PAC — programa de aceleração do crescimento e outras políticas públicas. O governo prevê investir R$ 29,5 bilhões do PAC em projetos no Rio Grande do Sul.
Acompanharam Lula:
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin
Rui Costa (Casa Civil)
Paulo Pimenta (Secom)
Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional)
Jader Filho (Cidades)
Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)
Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária)
Camilo Santana (Educação)
Nísia Trindade (Saúde)
Ministro dos Transportes substituto, Adrualdo Catão
Cada ministro fez uma apresentação das obras e ações sob sua alçada.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), também compareceram à cerimônia de apresentação. Ao longo do evento, ambos foram vaiados por parte da plateia.
Durante seu discurso, Leite respondeu às provocações: “A gente não pensa igual sobre todas as formas, as manifestações expressam isso, e é absolutamente legítimo dentro de um regime democrático”, disse o governador.
“Independentemente das divergências, de diferenças pontuais que possamos ter, pode ter certeza que eu sou um dos que torce a favor do senhor [Lula], do seu governo, do Brasil, para que a gente possa encontrar destino melhor para a população”, completou.
Entre as obras prioritárias estão a duplicação das rodovias BR-116/RS e BR-290 e as construções do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria e novos prédios do Grupo Hospitalar Conceição.
Há ainda a previsão de investimento em projetos para a educação básica, incentivo à transição energética, e entregas no âmbito dos programas Luz para Todos, Água para Todos e Minha Casa, Minha Vida.
A viagem faz parte do esforço de aproximação do presidente a estados dominados pelo agronegócio, em ano de eleições municipais. Além disso, o governo enfrenta o desafio de melhorar a popularidade frente à queda na aprovação da gestão de Lula, de acordo com pesquisas recentes.
Balanço do governo Lula após tragédia em Lajeado
Ainda nesta sexta, o chefe do Executivo vai a Lajeado, município gravemente afetado por enchentes em setembro de 2023. Lá, o chefe do Executivo fará um balanço das ações do governo após a tragédia.
Na época, Lula recebeu críticas por não ter ido ao Rio Grande do Sul prestar solidariedade em meio às chuvas e um transbordamento histórico do Rio Taquari. O presidente, no entanto, se preparava para a cirurgia no quadril, feita no fim de setembro, e conversou com o governador Eduardo Leite (PSDB) para orientações.
No compromisso em Lajeado, o tema das enchentes deverá ser abordado, com uma demonstração do que o governo federal mobilizou para contornar a crise. Novas medidas sobre esse assunto também serão anunciadas.
Com informações do Metrópoles.
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência.