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BH: Fuad confirma exonerações de secretários ligados à “Família Aro” Quatro chefes de pastas municipais, indicados por secretário de Estado, vão deixar a prefeitura; prefeito estaria respondendo à determinação do partido.

2 de abril de 2024, 12h02 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), confirmou a exoneração dos quatro secretários municipais que haviam sido indicados há pouco menos de um ano pelo chefe de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP). Segundo o chefe do Executivo, o grupo apresentou cartas de demissão na manhã desta segunda-feira (1º), durante reunião que durou mais de uma hora e contou com a presença de Aro e de oito vereadores que integram a base de Fuad na Câmara Municipal.

“Acabo, com muita tristeza, de receber a carta de demissão dos quatro secretários. Há alguns dias me perguntaram se eles iriam sair, e eu disse que só sairiam se quisessem. E foi o que eles fizeram hoje”, declarou o prefeito, que permaneceu rodeado por aliados de Aro durante toda a coletiva de imprensa.

Com a decisão, deixam a prefeitura os secretários de Governo, Castellar Guimarães Neto; de Educação, Roberta Rodrigues Martins Vieira; de Meio Ambiente, José Reis Nogueira de Barros; e de Desenvolvimento Econômico, Fernando Campos Motta. As exonerações devem ser formalizadas no Diário Oficial do Município (DOM) desta terça-feira (2).

Nas redes sociais, o prefeito também agradeceu o período de parceria e disse que os vereadores do grupo de Marcelo Aro continuam fazendo parte da base de apoio do goveno na Câmara Municipal.

Cúpula do PSD exigiu saída da Família Aro

Embora o prefeito tenha sinalizado que as demissões ocorreram por iniciativa dos secretários, o desligamento dos nomes indicados por Aro ocorre em meio à crescente pressão exercida pelo PSD para que Fuad rompesse a aliança com o secretário de Estado, que foi firmada em 2023 em troca de governabilidade na Câmara.

Segundo interlocutores do partido, Fuad vinha tentando adiar a decisão, mas passou a ser alertado de que a indefinição poderia custar a manutenção de sua candidatura pela legenda. O ultimato teria ocorrido na semana passada, quando o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pachecho (PSD-MG), aproveitou uma reunião com o prefeito, em Brasília, para exigir que Fuad retirasse da prefeitura todos os nomes indicados pela Família Aro.

Embora negue ter sido colocado contra a parede, Fuad admitiu a pressão do PSD pela entrega dos cargos na prefeitura. “Logicamente, o partido está se organizando para as eleições. Quando partidos se organizam para as eleições, precisam de cargos e posições definidas. Mas em nenhum momento alguém chegou para mim com a faca no pescoço. Tivemos conversas com vários membros do partido que disseram precisar de cargos, de secretarias para atender. Foi só isso”, afirmou o prefeito.

Aro puxa para si decisão de retirar indicados da PBH

Marcelo Aro, por outro lado, tentou puxar para si a decisão sobre as exonerações dos quatro secretários. Ele disse que a iniciativa de apresentar os pedidos de demissão partiu de seu grupo, motivada pela constante pressão exercida contra Fuad e pelas articulações políticas relacionadas às eleições municipais.

“Eu entendi que pelo momento eleitoral que se aproxima e diante da exaustiva pressão que o prefeito vem sofrendo, sobretudo do partido que ele está hoje, entendi que nós deveríamos tomar a atitude de pedir que nossas indicações, nossos secretários saíssem da gestão do prefeito Fuad. Para que tivéssemos mais tranquilidade para tomar nossa decisão em relação a quem vamos apoiar (para prefeito) em Belo Horizonte”, afirmou Aro.

Apesar do tom conciliador adotado na coletiva e da garantia de que continuará fazendo parte da base de governo na Câmara, o secretário de Estado sinalizou que o grupo ligado a ele não deve apoiar o prefeito em sua candidatura à reeleição. O principal motivo, segundo Aro, são as divergências políticas com o PSD.

“Por ter carinho e valorizar o trabalho do Fuad eu sempre falei: ‘Fuad, vamos pra esse lado partidário, vamos pra esse grupo daqui. Mas eu entendo ele, que tem seus compromissos partidários com outro grupo político, mas é um grupo político divergente do nosso. Eu tô de um lado que é do governador Romeu Zema (Novo), do (vice-governador) Mateus Simões, esse é meu campo político, que diverge, muitas vezes, do campo político que Fuad tem que estar neste momento”, ressaltou o secretário de Estado da Casa Civil.

Com informações do minas1.
Foto: João Godinho / O TEMPO.

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