Nesta terça-feira (2), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reconheceu publicamente, mas minimizou a responsabilidade do Exército israelense no ataque que resultou na morte de sete membros da ONG World Central Kitchen na Faixa de Gaza, dizendo que o ocorrido faz parte de coisas “acontecem em guerras”.
“Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza. Acontece em guerras, e estamos verificando até o fim, estamos em contato com os governos, e tudo faremos para que isso não aconteça novamente”, declarou Netanyahu.
O ataque ocorreu na segunda-feira (1º) e atingiu dois veículos identificados da ONG. Os carros levaram uma carga de alimentos ao território palestino horas antes do bombardeio. Entre os mortos, estão três cidadãos do Reino Unido, um da Austrália, um dos Estados Unidos, um da Polônia e um palestino.
A World Central Kitchen é uma das organizações mais atuantes em Gaza, tendo enviado recentemente um navio com ajuda humanitária ao território em parceria com a ONG Open Arms. Após o incidente, a WCK anunciou a pausa de suas operações de ajuda na região.
O Ministro da Defesa de Israel afirmou que abrirá uma sala de situação para coordenar a distribuição de ajuda humanitária em Gaza em conjunto com grupos internacionais. As Forças Armadas sionistas emitiram uma nota admitindo a culpa e descrevendo o ataque como um “trágico resultado” de um bombardeio.
“Isso acontece na guerra”, diz Netanyahu sobre mortes de funcionários de ONG em bombardeio israelense.
Primeiro-ministro de Israel lamentou o “acontecimento trágico” e disse que investigação está em andamento para que “não aconteça novamente”.
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— Metrópoles (@Metropoles) April 2, 2024
O chef espanhol José Andrés, fundador da WCK, lamentou a perda dos membros da ONG e enfatizou que trabalhadores humanitários nunca deveriam ser alvos de ataques.
O caso gerou repercussão mundial, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, chamando a resposta de Israel de “insuficiente”. Líderes de países como Reino Unido, Espanha e Austrália também expressaram choque e pediram explicações.
Os funcionários da ONG haviam acabado de levar comida e outros itens de ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza, onde a população enfrenta uma crise de fome. A WCK enviou um navio com cerca de 400 toneladas de comida e itens de ajuda humanitária à região nesta semana.
Apesar dos esforços de organizações humanitárias, a entrega de ajuda em Gaza tem sido desafiadora devido às restrições de segurança impostas por Israel. O ataque ocorreu após duas semanas de ações militares no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, que ficou severamente danificado. Na ocasião, o governo israelense afirmou ter matado cerca de 200 militantes do Hamas.
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Abdel Kareem.