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A menina que não quis apertar a mão de João Figueiredo A foto da garotinha que se recusou a cumprimentar o último presidente da Ditadura marcou época e se tornou um símbolo de resistência ao autoritarismo.

10 de abril de 2024, 12h46 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Em 1979, quando a Ditadura Militar estava em seus últimos anos no Brasil, um gesto aparentemente simples de uma criança capturou a atenção de todo o país. A foto desse momento se tornou um símbolo de resistência silenciosa em um período em que o país começava a se reencontrar com a democracia.

O último ditador
O governo de João Figueiredo, que se estendeu de 1979 a 1985, marcou o período final da Ditadura militar no Brasil. Sua gestão ficou conhecida por adotar uma política de abertura gradual, que buscava reduzir as restrições à oposição e restaurar lentamente a democracia.

No entanto, o país ainda vivia sob uma série de restrições políticas e censura, e muitas das instituições democráticas permaneciam controladas pelo regime militar. O governo de Figueiredo também foi marcado por violações dos direitos humanos e por atentados promovidos por grupos militares contrários a abertura política, o mais conhecido foi o atentado do RioCentro em 1981.

Figueiredo e a menininha
Em 1979, Figueiredo compareceu a um evento de lançamento do carro movido a álcool no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Em certo momento, o presidente foi cumprimentar as crianças presentes e garantir as típicas fotografias amigáveis que funcionavam como forma de humanizar o ditador.

Uma das meninas, no entanto, se recusou a apertar a mão do presidente. Muitos fotógrafos tiveram receio de fotografar a cena, mas Guinaldo Nicolaevsky resolveu registrar o momento. A foto foi recusada pelo jornal onde o fotógrafo trabalhava  por conta do receio de censura, mas acabou ganhando notoriedade em outros veículos, inclusive no exterior, sendo vista como um símbolo de resistência à ditadura militar.

A história por trás da foto
Essa foto capturou um momento que se tornaria emblemático, simbolizando a resistência e a coragem em meio à repressão da ditadura. A menina, apesar de sua tenra idade, representou aqueles que não se submeteram à autoridade do regime militar. A imagem transmitiu a mensagem de que a luta pela liberdade e pelos direitos civis persistia, mesmo sob a censura e a opressão.

Rachel Coelho
Morreu em 2015 a mulher que, quando criança, protagonizou uma das imagens mais representativas do desgaste da ditadura militar no Brasil. Rachel Coelho Menezes de Souza. De acordo com o hospital Felício Rocho, Rachel, que tinha 40 anos, foi atendida por médicos do pronto-atendimento, com quadro de parada cardiorrespiratória. Segundo a assessoria da unidade de saúde, foram realizados procedimentos de ressuscitação, mas ela não resistiu. O corpo foi velado na capital mineira e enterrado no Cemitério Parque da Saudade, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.

Rachel Clemens cresceu em Belo Horizonte, formou-se em comércio exterior, fez pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e morou e trabalhou em vários países.

Com informações do POLITIZE! e G1.
Foto: Divulgação / Guinaldo Nicolaevsky.

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