A Polícia Federal (PF), em um relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes no contexto do inquérito que investiga o empresário Elon Musk, afirmou que a plataforma X, antigo Twitter, está facilitando a “reorganização da Milícia Digital” ao permitir que brasileiros acessem links para acompanhar transmissões ao vivo realizadas por políticos e militantes investigados no exterior. Com informações de Paulo Cappelli, do Metrópoles.
“Nesse momento, vislumbra-se uma reorganização da Milicia Digital dentro dos limites da jurisdição brasileira, com a reativação dos perfis na plataforma X, por meio da disponibilização aos usuários brasileiros de links para acompanharem lives transmitidas fora do país pelos investigados”, diz trecho do documento.
A PF também apontou que o X não foi transparente ao afirmar que manteve bloqueadas as contas de políticos e militantes investigados.
“Ao contrário da resposta encaminhada pela empresa X, [a polícia] identificou várias contas objeto de constrição judicial, que estão ativas no Brasil, permitindo que os usuários brasileiros da plataforma sigam os perfis bloqueados”.
Além disso, apesar de não disponibilizar os tweets publicados, a plataforma X está possibilitando que as contas mencionadas forneçam links para que os usuários no Brasil acessem transmissões ao vivo, conhecidas como ‘live’, para acompanharem o conteúdo das pessoas investigadas que tiveram suas contas bloqueadas.
A análise revelou que o acesso à plataforma varia dependendo do hardware/sistema operacional utilizado. Por exemplo, ao acessar o perfil do blogueiro Allan Lopes dos Santos – @allanldsantos – de um computador pessoal, uma mensagem informava que a conta estava retida. No entanto, se o acesso fosse feito através do aplicativo Twitter em um smartphone, sem o uso de VPN, era possível acessar informações do perfil @allanldsantos e até mesmo segui-lo”, anotou a Polícia Federal.
A PF também mencionou que usuários do X estariam utilizando um recurso chamado “Spaces”, uma forma de áudioconferência, para permitir que perfis bloqueados participem de transmissões ao vivo e sejam ouvidos no Brasil:
“Nesse ponto, cabe trazer os elementos de prova formalizados no Relatório de Análise nº 001/2022, juntado aos autos do inquérito que evidenciou o modo de agir do autointitulado GDO (‘gabinete do ódio’) que, assim como nos eventos ora investigados, utilizou a plataforma Twitter (atual X) para colocar em prática suas ações criminosas, com a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse.”
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
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