Por Igor Carvalho – Um relatório produzido pela Polícia Federal (PF), enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (23), mostra que existia uma relação entre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, que está preso, acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
O relatório da Polícia Federal é o resultado da investigação do celular de Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, que era assessor de Domingos Brazão e foi preso no dia 9 de maio deste ano. Ele é acusado de intermediar uma reunião entre seu ex-chefe e Ronnie Lessa, suspeito de ter executado Marielle Franco.
As conversas interceptadas pela investigação mostram que Peixe manteve contato com Maria de Fátima Bezerra Castro, assessora de Flávio Bolsonaro, em duas oportunidades. Na primeira, em 6 de novembro de 2023, ele pede a liberação de uma emenda parlamentar para o Instituto de Formação Profissional José Carlos Procópio (Ifop).
Na segunda, em 4 de fevereiro deste ano, é Maria de Fátima Bezerra Castro quem o procura e pede quatro convites para o Desfile das Campeãs no Camarote Arpoador, no Rio de Janeiro. No relatório da Polícia Federal não constam as respostas da assessora de Bolsonaro para o pedido de emenda e nem o que Peixe disse sobre os convites para o sambódromo.
O crime
Domingos Brazão e seu irmão, o deputado estadual Chiquinho Brazão (sem partido), estão presos desde o dia 24 de março, acusados de serem os possíveis mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 18 de março de 2018.
Outro lado
O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de Flávio Bolsonaro. Até o fechamento da matéria, o senador não havia respondido os questionamentos da reportagem. Caso o faça, o texto será atualizado.
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.