Sem um combinado elegante com o presidente da Assembleia e, talvez, com o governador, que está fora do país, o vice Mateus Simões (Novo) ocupou o vácuo de Romeu Zema para se turbinar. Hoje, só pensa em 2026, quando poderá assumir o governo e disputar a reeleição no cargo. Ele chegou a ligar para Tadeu Leite e dizer que levaria mais um projetinho do governo. O presidente do Legislativo disse que não estava.
Ainda assim, apesar da magnitude e complexidade da matéria, colocou o projetinho debaixo do braço e, como um servidor comum e sem jetons, foi pessoalmente à Assembleia. Sem a presença de qualquer deputado aliado, fez o protocolo. Como um lobo solitário, deixou lá uma bomba em vez de projetinho: a privatização da Cemig e da Copasa.
Essa foi mais uma bipolaridade do governo de Zema ou de Simões. Minas já fez acordo com o governo federal pela renegociação da dívida de Minas, de R$ 170 bilhões, que passa pela federalização dessas mesmas estatais. Apesar do acordo, o governo do Novo insiste em descumpri-lo enquanto a negociação, que tem um rito próprio, não é homologada.
Por que Simões fez isso, então? Para dizer aos aliados, especialmente, o mercado que, com ele, a coisa é diferente. Zema promete vender a Cemig há seis anos, Simões fez isso na interinidade de 10 dias. Já tem discurso de campanha pronto, qual seja, ele fez, mas a Assembleia trava tudo. Ao final, esse foi o segundo tiro no pé que o vice se deu em apenas uma semana.
Inferno astral do vice
No dia do jogo da final entre Atlético e Flamengo, Simões deu o segundo tiro no pé por conta daquela ansiedade típica de rede social. Foi à Arena MRV para prestigiar seu time e, principalmente, cuidar da segurança das mais de 40 mil pessoas que lá estavam. No vídeo que gravou, disse que não poderia garantir o resultado dentro do campo, mas que, fora dele, mil homens, dos quais 600 no entorno, estavam lá para botar ordem na casa. “Isso aqui é operação de guerra, porque, em Minas, não permitiremos aqui o que aconteceu em outros estados”, avisou ele, ao lado de um comandante PM. Como se sabe, o Atlético e Minas perderam dentro de campo e fora dele. O STJD interditou o estádio por conta da selvageria que se sucedeu após a derrota dos donos da casa.
Tadeu espera a federalização
O presidente da Assembleia ainda não falou, mas deve se manifestar nesta semana sobre a controversa iniciativa do vice-governador. Tudo indica que, de acordo com avaliação de deputados, ele nada fará antes de sua reeleição ao cargo no dia 5 de dezembro. Depois, a tendência é esperar a federalização das estatais, projeto que ajudou a construir. Caso não dê certo, poderá até colocar a privatização em pauta.
Vem mais bomba por aí
Da Secretaria do Tesouro Nacional, vem a informação de que o governo Zema excluiu o financiamento do IPSM (Instituto de Previdência dos Servidores Militares) no projeto de teto de gastos. Ou seja, o governo não bancará seu funcionamento, como já faz há dois anos, deixando passivo de R$ 7 bilhões. Há um projeto de Zema, na Assembleia, que reduz de 16% para 1,5% a contribuição patronal ao instituto. No período eleitoral, ficou suspenso para evitar turbulências. Agora, deverá voltar à pauta, transferindo a conta para os militares. Mexer no salário da tropa é até tolerável no contexto geral do funcionalismo, mas, no plano de saúde da família militar – ativos, reformados e pensionistas e familiares – é declaração de guerra. A contribuição dos policiais é pequena, e o plano de saúde deles é um dos melhores do país.
Aloprados armados
Agora já se sabe que o Brasil também tem terrorista e atentado. Com o ataque de Brasília, foi reafirmada a fragilidade da segurança. Não adianta recorrer a transtorno mental. Aloprados, como Tiü França, não devem gozar mesmo de saúde mental, mas a insanidade foi incentivada pela política de liberação de armas e o irresponsável gesto moleque de arminha com a mão.
MPMG e a disputa no governo
A partir das 18h desta segunda-feira, começará uma disputa dentro do governo Zema para a escolha do futuro procurador-geral de Justiça. Nesse horário, serão conhecidos os três finalistas ao cargo entre os quatro candidatos: os procuradores de Justiça, Carlos Mariani, Geraldo Vasques e Marcos Tofani e o promotor de Justiça Paulo de Tarso. Na campanha, houve advertência sobre os efeitos nocivos do Regime de Recuperação Fiscal e que isso exigiria “experiência administrativa”.
Lista tríplice
Os três mais votados irão compor a lista tríplice, que será encaminhada para o governador Zema escolher um deles. Aí, começa outra campanha de 2º turno de só 15 dias, quando o governador terá que anunciar a decisão. Ele poderá até se antecipar, mas, na vez anterior, gastou 10 dias para escolher o atual, Jarbas Soares, que era visto como aliado, teve votação recorde e era candidato à reeleição. Internamente, brigam pela indicação o vice Mateus Simões e o secretário da Casa Civil, Marcelo Aro.
Com informações do Estado de Minas.
crédito: Luiz Santana/ALMG.