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Trump liga para Putin e propõe acordo sobre a guerra na Ucrânia

9 de fevereiro de 2025, 21h03 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter discutido a guerra na Ucrânia com o líder russo, Vladimir Putin. A declaração foi feita em entrevista ao New York Post, publicada no sábado (8). No entanto, não ficou claro quando a conversa ocorreu nem se a ligação aconteceu após a posse do republicano para seu novo mandato. Neste domingo (9), o Kremlin optou por não confirmar nem desmentir a informação.

Durante a entrevista, concedida a bordo do Air Force One em uma viagem para a Flórida na sexta-feira, Trump evitou revelar com que frequência se comunica com Putin, mas destacou que mantém uma relação cordial com o presidente russo. O chefe de Estado norte-americano, que já prometeu encerrar a guerra na Ucrânia em até 24 horas após reassumir o cargo, reforçou seu desejo de pôr fim ao conflito o mais rápido possível.

“Putin quer que as mortes parem. Espero que isso aconteça em breve. Todos os dias, pessoas perdem suas vidas. O que acontece na Ucrânia é horrível. Quero acabar com essa guerra maldita”, afirmou Trump ao jornal.

O republicano também revelou que instruiu seu assessor de segurança nacional, Mike Waltz, a promover encontros entre os envolvidos no conflito. Segundo ele, ambas as partes estão dispostas a negociar.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a comentar as declarações do líder americano. Em entrevista à CNN, ele afirmou que não poderia “confirmar nem negar a notícia”, mas ressaltou que Washington e Moscou mantêm contato por meio de diferentes canais, especialmente após o início do novo governo Trump.

Na sexta-feira, o presidente dos EUA declarou que “provavelmente” se reunirá com Volodymyr Zelensky na próxima semana. O líder ucraniano deverá chefiar a delegação de seu país na Conferência de Segurança de Munique, evento que contará com a participação do vice-presidente americano, JD Vance, e do enviado especial dos EUA para Ucrânia e Rússia, Keith Kellogg. Trump, no entanto, não estará presente no encontro.

Além disso, na semana passada, Trump manifestou interesse no fornecimento de terras raras pela Ucrânia como condição para continuar o apoio financeiro dos EUA ao país. Esses elementos são essenciais para indústrias de alta tecnologia, setor aeroespacial e fabricação de semicondutores.

“Quero garantir o acesso às terras raras. Estamos investindo centenas de bilhões de dólares. A Ucrânia tem um ótimo suprimento desses recursos e está disposta a negociar”, declarou Trump a jornalistas na Casa Branca.

Embora não tenha detalhado os termos de um possível acordo, o republicano demonstrou insatisfação com o alto volume de investimentos dos EUA na ajuda militar à Ucrânia desde o início da invasão russa. De acordo com o Conselho de Relações Internacionais, o Congresso americano já autorizou cerca de US$ 175 bilhões (R$ 1,01 trilhão) em auxílio ao país até setembro do ano passado, sendo US$ 106 bilhões (R$ 615 bilhões) destinados diretamente ao governo ucraniano.

Na quinta-feira (6), pela primeira vez, o Kremlin reconheceu que tem intensificado os contatos com os Estados Unidos para discutir a guerra na Ucrânia. Esse reconhecimento sinaliza um avanço nas negociações, especialmente diante da promessa de Trump de resolver o conflito rapidamente.

Apesar da incerteza sobre os próximos passos da administração americana em relação à Ucrânia e à Rússia, as recentes declarações de Trump indicam uma possível mudança na abordagem diplomática dos EUA. A comunidade internacional acompanha atentamente os desdobramentos dessas negociações e seu impacto no futuro da crise no Leste Europeu.

Foto: Divulgação.

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