O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (22) que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, “não foi eleito para ser xerife do mundo”. A declaração ocorreu durante um evento em comemoração ao aniversário do PT, no Rio de Janeiro.
Lula contestou falas de Trump sobre possíveis anexações de territórios como a Groelândia, um território autônomo da Dinamarca, e o Canadá.
“Hoje, os EUA dizem coisas completamente diferentes do que falavam nos anos 1980. Agora, a América é apenas para os americanos, o Canal do Panamá pertence a eles, o Canadá deixou de ser um país e virou um estado, a Groelândia é deles. O México não tem mais o Golfo, porque o Golfo agora é americano”, declarou Lula.
Ele seguiu criticando a postura do ex-presidente norte-americano: “Esse cidadão não foi eleito para governar o mundo, mas sim os Estados Unidos. Ele que cuide bem do país dele, porque o Brasil será governado por nós, do nosso jeito”, afirmou.
Lula defende Alexandre de Moraes e critica plataformas digitais
O presidente também direcionou críticas às plataformas digitais e defendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mencionando a denúncia apresentada contra os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
“Não adianta ameaçar pela Justiça ou perseguir o Alexandre de Moraes. Precisamos, na verdade, parabenizá-lo, assim como o Procurador-Geral da República, pela denúncia contra os golpistas”, disse Lula.
O comentário de Lula faz referência ao processo movido pela plataforma de vídeos Rumble contra Moraes.
O Rumble, semelhante ao YouTube, foi criado em 2013 e se tornou popular entre o público conservador nos Estados Unidos. A plataforma defende a liberdade na internet e já esteve envolvida em diversas controvérsias.
Na sexta-feira (21), Moraes ordenou o bloqueio do Rumble no Brasil, alegando que a empresa descumpriu repetidamente decisões judiciais e tentou se esquivar das leis brasileiras. Segundo o ministro, a rede social criou um “ambiente de impunidade e uma verdadeira ‘terra sem lei’ nas redes sociais do país”.
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