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Presidente argentino ameaça deixar Mercosul: “Favorece só o Brasil” Presidente argentino, Milei disse estar disposto a abandonar o bloco em troca de um acordo de livre comércio com os EUA.

2 de março de 2025, 19h19 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Em um gesto favorável a Donald Trump, o presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a ameaçar neste sábado (1º/3) a retirada do país do Mercosul, sugerindo que, em troca, buscaria um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.

Durante seu discurso na abertura anual do Congresso, Milei criticou o bloco econômico, criado em 1991 e composto por Brasil, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente, Bolívia (em processo de adesão). Segundo ele, o Mercosul beneficiou apenas os industriais brasileiros, enquanto a Argentina sofreu um processo de empobrecimento.

O líder argentino reforçou seu desejo de firmar um pacto comercial com os Estados Unidos, chamando essa possibilidade de uma “oportunidade histórica”. “Para que possamos aproveitar essa chance única que se apresenta novamente, precisamos estar dispostos a adotar maior flexibilidade ou, se necessário, até mesmo deixar o Mercosul”, afirmou.

Milei já havia manifestado essa intenção em janeiro, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça. Atualmente, a Argentina ocupa a presidência rotativa do Mercosul, e os países-membros tradicionalmente negociam tratados comerciais em conjunto.

Lula reforça apoio ao Mercosul
Poucas horas antes do pronunciamento de Milei, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em visita ao Uruguai para a posse de Yamandú Orsi, defendeu a importância de um Mercosul fortalecido na América do Sul, independentemente das lideranças políticas no poder.

Em conversa com jornalistas, Lula destacou que é essencial superar diferenças políticas e compreender que as relações entre os Estados são duradouras e não devem ser impactadas por mudanças de governo.

O presidente brasileiro mencionou ainda o acordo entre Mercosul e União Europeia, firmado no fim de 2023, e ressaltou que, em um mundo cada vez mais dividido por blocos econômicos, os países que estiverem melhor organizados terão mais vantagens.

Esse pacto comercial, que levou 25 anos para ser negociado, ainda enfrenta oposição em setores da agricultura europeia e precisa ser ratificado para entrar em vigor, um processo que pode levar anos.

Foto: Reprodução.

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