O alto custo do diesel e do frete estão pressionando os preços dos alimentos e podem comprometer as expectativas do governo de controlar a inflação do setor, por meio das medidas anunciadas na última quinta-feira, 6. A avaliação foi feita pelo jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, a empresa Padrão Transportes de Cargas e Logística enviou um ofício explicando que não cumpriria um contrato de transporte de milho com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) devido à falta de caminhões disponíveis e aos custos elevados do frete. A empresa havia sido contratada para transportar 10 mil toneladas de milho, mas suspendeu o serviço por 45 dias, impactando a entrega de 500 toneladas.
A falta de caminhões, segundo a empresa, está relacionada à safra recorde de soja, que é amplamente utilizada para a produção de ração e óleo. No comunicado enviado à Conab, a transportadora explicou que a safra de soja “aumentou o custo do frete e reduziu a disponibilidade de caminhoneiros para viagens de longa distância”. Além disso, o alto preço do diesel também é apontado como um fator que agrava o custo do frete.
A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) relatou que o reajuste no preço do diesel provocou um aumento no valor do frete, variando entre 30% e 40% em comparação ao ano passado, dependendo da região. A falta de espaços para armazenamento de grãos também tem feito com que os caminhões utilizem seus espaços para armazenar estoques temporários.
Daniel Furlan Amaral, presidente da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel, disse ao jornal que o governo precisaria focar na melhoria da infraestrutura e nas condições que possam aprimorar o ambiente de negócios antes de adotar medidas como a isenção de impostos sobre as importações de alimentos. Ele sugeriu investimentos em hidrovias e ferrovias, que seriam mais adequados para o transporte de grãos.
Foto: Agência Brasil.