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Desigualdade de gênero no Brasil chega a níveis críticos em 85% das cidades Pesquisa inédita aponta que a maioria dos municípios com mais de 100 mil habitantes enfrenta altas taxas de feminicídio e baixa representatividade feminina.

8 de março de 2025, 12h46 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Uma pesquisa inédita revelou que 85% das cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes apresentam níveis alarmantes de desigualdade de gênero, com taxas elevadas de feminicídio, baixa participação política feminina e grandes disparidades salariais. O levantamento, realizado pela organização ‘Tewá 225’, analisou 319 municípios e criou o primeiro ranking nacional sobre a qualidade de vida das mulheres nas grandes cidades do Brasil.

O estudo, que teve acesso exclusivo pela CNN, mostra que 99% das cidades brasileiras têm índices de feminicídio considerados extremamente altos, com mais de 3 homicídios por cada 100 mil mulheres.

Além disso, os dados indicam que nenhuma cidade brasileira obteve um índice satisfatório de igualdade de gênero.

Em relação às capitais, o cenário é igualmente preocupante, com a maioria delas apresentando índices de igualdade de gênero classificados como “Baixo” ou “Muito Baixo”. Apenas Brasília se destaca, com um índice “Médio” de 50 pontos.

A pesquisa também aponta que a Região Norte, especialmente a Amazônia, tem uma realidade alarmante, com quase 97% das cidades apresentando condições muito desfavoráveis para as mulheres.

O estudo, intitulado “Piores Cidades Para Ser Mulher”, considerou indicadores como:

• Representatividade política feminina
• Taxa de mulheres que não estudam nem trabalham
• Feminicídio
• Desigualdade salarial

Relação entre o perfil econômico das cidades, com especial atenção ao impacto do agronegócio nas regiões analisadas
Entre as cidades com os piores índices de igualdade de gênero, destacam-se Paranaguá (PR), São Pedro da Aldeia (RJ) e Camaçari (BA), localizadas principalmente em áreas com forte dependência da agropecuária.

Em termos de representação política, embora tenha havido um aumento no número de candidaturas femininas, o estudo revela que 96% dos municípios ainda possuem menos de 30% de mulheres nas câmaras municipais.

Além disso, 26,6% das mulheres jovens que não estudam nem trabalham estão em uma situação de desigualdade significativa, especialmente quando comparadas aos homens nessa condição.

Foto: Kazunori Shiina.

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