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Zema alfineta Lula: ‘Quer se passar por pai dos pobres’ O governador de Minas Gerais afirmou que o presidente está "desconectado da realidade" e também fez críticas à gestão econômica do terceiro mandato de Lula.

13 de março de 2025, 14h11 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a fazer críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um vídeo publicado nesta quinta-feira (13/3) em suas redes sociais, Zema afirmou que Lula está “desconectado da realidade” e ignorando os impactos negativos da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nos anos de 2015 e 2016.

“Estive com o presidente Lula ontem e fiquei assustado. Parece que ele está em modo avião, sem conexão com a realidade. Ele veio aqui a Minas querendo se apresentar como o pai dos pobres, dizendo que apenas ele e Getúlio [Vargas] trabalharam pelos mais necessitados. Esse filme nós brasileiros já vimos e não gostamos”, declarou o governador.

Zema também destacou a importância do esforço individual para o crescimento econômico e criticou a ideia de que o governo pode ser o principal responsável pelo progresso da população. “A prosperidade é fruto do esforço de cada um, e não uma dádiva do governo ou do presidente. E ele disse isso para uma plateia de trabalhadores e gestores, gente que sabe que para melhorar de vida é preciso se dedicar, e não depender de favores”, completou.

Cotado como possível candidato à Presidência em 2026, Zema tem intensificado suas críticas ao governo federal nos últimos meses.

Críticas à economia e comparação com crise de 2015
Além das críticas à postura de Lula, Zema também atacou a condução da política econômica do governo federal, comparando as medidas atuais àquelas que levaram à crise de 2015 e 2016, no segundo mandato de Dilma Rousseff.

“Esse presidente em modo avião talvez seja o motivo de ele não se lembrar do desastre que foi o governo do PT para o Brasil entre 2015 e 2016. Foi um governo que mergulhou o país na maior recessão da história, deixando milhões de pessoas desempregadas”, disse.

Segundo ele, a atual gestão repete a mesma fórmula de aumento de gastos públicos que pode gerar novos desequilíbrios econômicos. “Aquela crise foi provocada pela mesma receita que está sendo aplicada agora: gastança, falta de responsabilidade fiscal e crescimento econômico artificial”, afirmou o governador.

Troca de farpas em evento em Minas
Na última terça-feira (11/3), Lula e Zema estiveram juntos em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para a inauguração de um centro de desenvolvimento de produtos híbrido-flex da Stellantis. O evento foi marcado por trocas de críticas e alfinetadas entre os dois.

Zema iniciou seu discurso exaltando sua gestão e comparando-a com a do ex-governador Fernando Pimentel (PT), sem mencioná-lo diretamente. Ele também ressaltou a redução do número de secretarias em seu governo.

“O que estamos fazendo no governo de Minas é o que qualquer empresa faz: contratar pessoas competentes. Todo o meu secretariado foi escolhido como a Fiat escolhe seus funcionários. Apesar de sermos o segundo estado mais populoso do Brasil, temos o menor número de secretarias, apenas 12. Para ganhar campeonato, não precisa de 20 ou 30 jogadores em campo, mas sim de 11 craques. Meu secretariado assumiu um estado desacreditado e, hoje, devolvemos a Minas a credibilidade”, afirmou.

Uma das principais críticas de Zema aos governos petistas é o que ele considera um excesso de ministérios e cargos. Para ele, Lula utiliza a estrutura do Executivo para acomodar aliados e ampliar gastos desnecessários.

Em resposta, Lula ironizou a fala do governador sobre ministérios e defendeu um governo com foco social.

“O importante não é discutir se temos 1 ou 10 ministros, mas sim a qualidade das pessoas que fazem parte do governo e os compromissos que assumem. Eu não quero apenas técnicos com diploma. Quero pessoas que tenham sensibilidade para entender como vive a população brasileira, tanto quem tem emprego quanto aqueles que estão nas ruas”, afirmou Lula.

Lula desafia Zema a mostrar investimentos de Bolsonaro em Minas
As alfinetadas continuaram em Ouro Branco, onde Lula provocou Zema ao questioná-lo sobre os investimentos federais feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado.

“Podem perguntar ao Aécio Neves, que governou Minas por oito anos, e ao Zema, que já está há seis anos no cargo. Ele governou quatro anos ao lado de Bolsonaro. No próximo discurso que fizer, quero que ele diga quanto Bolsonaro investiu no estado de Minas Gerais”, desafiou Lula.

Segundo o petista, seu governo tem realizado investimentos recordes no estado. “Nunca antes na história deste país um presidente da República fez tanto por Minas Gerais como estamos fazendo agora”, afirmou.

Antes da fala de Lula, Zema havia criticado a gestão petista e afirmou que herdou um estado falido de Fernando Pimentel. “Todos os indicadores de políticas públicas avançaram muito nos últimos seis anos, apesar das grandes dificuldades do estado, que estava falido em 2019, quando assumi”, disse.

Mais tarde, em áudio enviado à imprensa, Zema voltou a criticar a política econômica do governo federal. Ele classificou o crescimento do PIB de 2024, de 3,4%, como artificial e comparou as medidas adotadas por Lula às que levaram à recessão de 2015.

“A inflação está subindo, os juros continuam altos, e é evidente que teremos grandes efeitos colaterais daqui para frente”, concluiu.

Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press.

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