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Governo Bolsonaro apreendeu mais armas que Lula no início do mandato Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do Brasil, liderou as apreensões de armas nos últimos seis anos.

15 de março de 2025, 17h32 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Nos dois primeiros anos de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil registrou um maior volume de apreensões de armas de fogo em comparação ao mesmo período da gestão atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, indicam uma diferença de 6,1% nas apreensões entre os dois governos.

Durante os anos de 2019 e 2020, a gestão Bolsonaro contabilizou a apreensão de 221.244 armas de fogo. No mesmo intervalo de tempo, entre 2023 e 2024, o governo Lula registrou a detenção de 207.679 armamentos.

O conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberto Uchoa, explica que as apreensões são realizadas majoritariamente pelas polícias estaduais e que a influência direta do governo federal nesse processo é limitada.

“Essas apreensões não estão diretamente relacionadas a políticas do governo federal. Isso é um problema, pois nenhum dos dois governos implementou uma política efetiva de combate ao tráfico de armas. Os dados apresentados pelo Sinesp são fornecidos pelos estados e compilados em um sistema de abrangência nacional, sem que reflitam necessariamente uma iniciativa do governo central”, esclarece Uchoa.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública ressaltou que os dados são enviados pelos estados e pelo Distrito Federal, sem análise qualitativa por parte da pasta.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública esclarece que disponibiliza apenas dados estatísticos sobre apreensões de armas, conforme informações fornecidas pelos estados e pelo Distrito Federal, por meio de suas Secretarias de Segurança Pública. A pasta não faz análises sobre causas, efeitos ou motivos das apreensões”, informou o órgão.

Minas Gerais lidera apreensões de armas no país
Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do Brasil, registrou o maior número de apreensões de armas tanto na gestão Bolsonaro quanto na gestão Lula. Entre 2019 e 2024, o estado contabilizou 118.429 apreensões, superando em 47.576 o total de São Paulo, que ocupa a segunda posição com 70.853 armamentos apreendidos.

Para Uchoa, os resultados de Minas Gerais estão mais relacionados à atuação estadual do que às diretrizes do governo federal.

“Esse cenário pode ser reflexo de três fatores: o aumento do número de armas de fogo em circulação nos últimos anos; a expansão do mercado ilegal de armamentos; ou uma política mais efetiva das forças de segurança estaduais para conter o fluxo dessas armas”, analisa.

Apreensões de armas mais potentes aumentam
Entre 2019 e 2024, houve um crescimento significativo na apreensão de armas de maior calibre. Embora os revólveres continuem sendo os armamentos mais apreendidos no Brasil, sua representação caiu de 38,8% em 2019 para 34,4% em 2024. Ao mesmo tempo, o percentual de pistolas apreendidas aumentou de 17,1% para 29%.

No caso dos fuzis, as apreensões mais que dobraram: em 2019, foram confiscadas 1.023 unidades, enquanto em 2024 esse número subiu para 1.957. O Rio de Janeiro se destacou como o estado com o maior volume de apreensões desse tipo de armamento, retirando de circulação 732 fuzis, um recorde para a região nos últimos 10 anos. Rifles e metralhadoras também tiveram um crescimento expressivo nas apreensões ao longo do período analisado.

Foto: Reprodução.

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