O mercado financeiro revisou para baixo a projeção de inflação para 2025, mas aumentou as estimativas para 2026 e 2028, mantendo a previsão para 2027 inalterada. Os dados fazem parte do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (17/3) pelo Banco Central. O levantamento é baseado na análise de mais de 100 especialistas do setor financeiro.
Inflação: projeções atualizadas
A expectativa para a inflação deste ano caiu ligeiramente, mas ainda está acima do teto da meta de 4,5%. Enquanto isso, as projeções para 2026 e 2028 foram ajustadas para cima. Confira os números:
• 2025: de 5,68% para 5,66%
• 2026: de 4,40% para 4,48%
• 2027: permanece em 4%
• 2028: de 3,75% para 3,78%
Desde 2024, o Brasil adotou um sistema de meta contínua para a inflação, que é calculada mês a mês. Caso o IPCA acumulado em 12 meses fique fora do intervalo estabelecido por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida.
O próprio Banco Central já indicou que há 50% de chance de a meta ser estourada em 2025.
PIB: crescimento revisado para baixo
Além das mudanças na inflação, o mercado reduziu as expectativas de crescimento da economia brasileira para 2025 e 2026:
• 2025: de 2,01% para 1,99%
• 2026: de 1,70% para 1,60%
Apesar da leve queda, a projeção para 2025 segue próxima da previsão oficial do Banco Central, que estima um avanço de 2,1% no PIB do país. Já para 2027 e 2028, a estimativa se mantém em 2%.
Selic: juros devem continuar elevados
O relatório Focus manteve pela décima semana consecutiva a projeção da taxa Selic para 2025 em 15% ao ano. As estimativas para os anos seguintes também seguem inalteradas:
• 2026: 12,50% ao ano
• 2027: 10,50% ao ano
• 2028: 10% ao ano
Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano e pode subir ainda mais. O mercado espera uma nova elevação de 1 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, o que elevaria a taxa para 14,25% já no início de 2025.
Os dados mostram que, segundo os analistas, a taxa básica de juros do país não deve cair para menos de dois dígitos até o fim do atual governo, em 2026, e nem mesmo até o fim do mandato do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em 2028.
Foto: Breno Esaki/Metrópoles.