Home Internacional Mesmo com cessar-fogo anunciado, bombardeios russos continuam, afirma Ucrânia

Mesmo com cessar-fogo anunciado, bombardeios russos continuam, afirma Ucrânia O presidente Vladimir Putin anunciou uma trégua neste sábado (19) em razão do feriado de Páscoa.

19 de abril de 2025, 15h52 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Uma autoridade ucraniana declarou neste sábado (19) que tropas russas continuaram a disparar contra posições ucranianas, mesmo após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar um cessar-fogo temporário em razão do feriado de Páscoa.

“Os russos tentam posar como ‘pacificadores’, mas rejeitaram um cessar-fogo incondicional no dia 11 de março e, agora, realizam uma operação de propaganda, falando em ‘trégua’ enquanto seguem atirando intensamente”, afirmou Andriy Kovalenko, diretor do Centro de Combate à Desinformação, por meio de seu canal no Telegram.

Kovalenko, cujo órgão integra o Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, acrescentou: “Tudo isso com o objetivo de transferir a culpa para a Ucrânia”.

A medida de cessar-fogo anunciada por Putin previa a suspensão das ações militares a partir das 18h deste sábado (19), no horário de Moscou, até o fim do domingo de Páscoa (20). A ordem foi dada ao chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, durante uma reunião no Kremlin. “Com base em princípios humanitários, o lado russo declara uma trégua pascal. Ordeno a paralisação de todas as operações militares nesse período”, declarou Putin.

Apesar da trégua anunciada, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que forças de defesa aérea estavam respondendo a ataques com drones russos ainda neste sábado. Segundo ele, a ofensiva revela a postura real do Kremlin em relação à vida humana e à celebração religiosa.

Conflito persiste com mortes e acusações de crimes de guerra

Desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, o conflito permanece marcado por combates intensos e elevado número de vítimas civis.

Na semana passada, dois mísseis balísticos russos atingiram a cidade de Sumy, no norte do país, deixando 34 mortos e 117 feridos — o ataque mais letal em território ucraniano neste ano.

Zelensky condenou duramente a investida e renovou seus apelos por medidas mais rígidas contra Moscou. O líder ucraniano também convidou o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a visitar a Ucrânia. Zelensky expressou preocupações quanto à continuidade do apoio norte-americano, embora ainda considere os EUA um aliado estratégico.

Em um encontro recente na Casa Branca, os dois líderes protagonizaram uma reunião tensa, marcada por divergências explícitas diante da imprensa.

Zelensky também pediu o engajamento dos EUA em um esforço internacional para proteger o espaço aéreo ucraniano e promover uma solução pacífica para o conflito.

Apesar de o governo russo negar que tenha civis como alvo, milhares de pessoas morreram ou ficaram feridas desde o início da guerra. Atualmente, cerca de 20% do território ucraniano, localizado principalmente nas regiões leste e sul, segue sob controle russo.

Autoridades ucranianas continuam a compartilhar evidências de supostos crimes de guerra com aliados e com o Tribunal Penal Internacional, que conduz investigações em andamento.

Durante o mandato de Trump, representantes norte-americanos mantiveram diálogos com autoridades russas e ucranianas em busca de um possível cessar-fogo duradouro. O enviado especial do ex-presidente, Steve Witkoff, chegou a se reunir com Putin para discutir um eventual acordo de paz.

No entanto, os confrontos recentes evidenciam a fragilidade dos entendimentos e indicam que o conflito permanece ativo, mesmo diante de sucessivas tentativas de trégua.

Foto: EFE/Kremlin/Reprodução.

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