O debate político sobre as fraudes envolvendo o sistema previdenciário ganhou intensidade após declarações públicas feitas por um parlamentar da oposição, que responsabilizou o atual governo pelas irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social. Em reação, representantes do partido da base governista contestaram as acusações e afirmaram que os primeiros alertas sobre os desvios foram feitos ainda durante o mandato presidencial de Bolsonaro.
Um dos principais nomes da liderança do partido governista na Câmara dos Deputados declarou que, desde 2019, informações sobre possíveis fraudes já haviam sido comunicadas oficialmente às autoridades responsáveis pela fiscalização da autarquia. No entanto, segundo ele, nenhuma medida eficaz foi tomada naquele período para apurar os fatos ou coibir a atuação das entidades envolvidas.
“Bolsonaro foi avisado da fraude, por que não agiu? Por que não colocou a CGU? Por que não chamou uma investigação da Polícia Federal?”, questiona Lindbergh. “E a investigação vai seguir, doa a quem doer! Vamos jogar luz nessa história”, destaca.
A ministra responsável pelas articulações institucionais do governo também se posicionou, destacando que a maioria das associações atualmente sob investigação iniciou suas atividades no período anterior à atual administração. Ela lembrou que, embora uma norma editada em 2019 previsse a exigência de autorização individual para descontos em benefícios previdenciários, essa regra foi posteriormente flexibilizada por uma legislação aprovada em 2022.
Com a crescente repercussão nas redes sociais de vídeos que acusam o atual governo de negligência, a bancada governista elaborou e distribuiu internamente um documento orientando seus parlamentares sobre como responder às críticas. O material contém explicações detalhadas e contrapontos às narrativas levantadas pela oposição.
As apurações seguem conduzidas por órgãos de controle e investigação, que analisam um esquema de descontos indevidos que teria causado prejuízos bilionários aos beneficiários da Previdência Social ao longo dos últimos anos. Parte dos valores já foi recuperada, e diversas medidas judiciais estão em andamento.
Foto: Thiago Coelho.
