Um levantamento realizado em afloramentos rochosos da Mata Atlântica no Espírito Santo revelou 26 espécies de plantas lenhosas que demonstram alta tolerância a condições ambientais severas, como calor intenso, solo pobre em nutrientes e escassez de água.
Essas formações geológicas, conhecidas como inselbergs, abrigam vegetações que evoluíram com mecanismos de sobrevivência específicos. Algumas espécies destacadas no estudo são a paineira-das-pedras (Pseudobombax petropolitanum) e a Wunderlichia azulensis, ambas exclusivas desses ambientes e ameaçadas de desaparecer.
Entre as estratégias de adaptação observadas estão as raízes que armazenam água e a perda de folhas durante períodos de seca, o que reduz a transpiração e conserva recursos hídricos.
O estudo também calculou que a vegetação desses locais pode acumular de 14 a 48 toneladas de carbono por hectare em sua biomassa aérea, equiparando-se a florestas mais densas da região. Essa capacidade de retenção de carbono, somada à resiliência em ambientes extremos, sugere que essas espécies poderiam ser usadas em programas de recuperação ambiental, principalmente em áreas degradadas por mineração ou desmatamento.
A descoberta reforça a importância de conhecer melhor essas plantas para desenvolver soluções naturais frente ao aquecimento global e à degradação de ecossistemas.
Foto: Dayvid R. Couto/Divulgação.