Desde o ataque aéreo dos Estados Unidos no Iraque que matou o líder militar do Irã, Qassem Soleimani, um dos generais mais poderosos do país, a tensão aumentou na região e líderes mundiais falam de uma escalada de violência com consequências que pode chegar até no Brasil. Nesta sexta-feira (3), o presidente dos EUA, Donald Trump fez referências ao ataque que matou Soleimani, com a justificativa de preservar à vida em um texto publicado em sua rede social.
“O Irã nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação”, escreveu o líder americano em tom provocativo.
Iran never won a war, but never lost a negotiation!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 3, 2020
Essa é a segunda manifestação de Trump desde o ataque no aeroporto de Bagdá, no Iraque: antes, ele havia publicado uma bandeira dos EUA. Imprensa de todo o mundo aguarda uma entrevista de Trump que ainda não foi organizada.
O general Qassem Soleimani, era chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país. Ele morreu em um ataque com um drone dos EUA ontem, segundo dia do ano novo, em Bagdá, no Iraque. O exército americano informou que o bombardeio tinha a missão de matar o general iraniano e foi uma ordem do próprio presidente dos EUA.
General Qassem Soleimani has killed or badly wounded thousands of Americans over an extended period of time, and was plotting to kill many more…but got caught! He was directly and indirectly responsible for the death of millions of people, including the recent large number….
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 3, 2020
Imprensa internacional diz que a morte do general põe em fragilidade a estabilidade e perspectivas de acordos mundiais e as consequências podem ser generalizadas.
Em entrevista hoje, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que ação foi planejada com base em relatórios de inteligência. Sobre a morte do general, ele afirmou que Soleimani foi executado para desarmar um ataque iminente que teria colocado em risco americanos no Oriente Médio.
“Ele estava planejando ativamente para realizar ações na região – uma ação grande, como ele descrevia – que colocaria em risco dúzias, se não centenas, de vidas americanas. Nós sabemos que era iminente.”
Pompeo destacou ainda que os EUA estão comprometidos com a relação com o Irã, mas, ao mesmo tempo, preparados para se defender.
Especialistas ouvidos no mundo todo têm falado que a crise poderá ter desfecho sem precedentes na região.
No início da semana o Blog mostrou que o conflito havia ganhado força após ataques dos EUA contra milícias sancionadas pelo Estado e que o presidente Trump acusou o Irã de ter ‘orquestrado’ invasão à embaixada dos EUA em Bagdá.
Irã ‘orquestrou’ invasão à embaixada dos EUA em Bagdá, acusa Trump
Brasil
O ataque dos Estados Unidos que matou o general Qassim Suleimani, comandante da força de elite iraniana Quds, pode ter impacto com preço dos combustíveis aqui no Brasil, disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido – RJ) hoje na saída do Palácio da Alvorada. Prometendo discutir o assunto com ministros, ele afirmou que tentou falar nesta sexta, com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, sobre o assunto mas não conseguiu. Bolsonaro admitiu que a ação dos EUA vai impactar o preço do petróleo no mercado internacional, o que pode repercutir aqui no Brasil.
“Que vai afetar, vai”, disse ele a jornalistas.
O presidente disse ainda que não pode intervir no preço do combustível e destacou que, quando foi feito no passado uma política de tabelamento de preços, não deu certo.
No mercado internacional, os contratos futuros do petróleo já começaram a subir cerca de 3 dólares nesta sexta-feira (03), depois da ação dos americanos. Há forte preocupação sobre a interrupção do fornecimento de petróleo.
Com: AFP The Guardian e G1
Foto: Office of the Iranian Supreme Leader via AP, Arquivo