Segundo a pesquisa do instituto Datafolha publicada nesta sexta-feira (17), pelo site do jornal “Folha de S.Paulo”, foi revelado os percentuais de aprovação e rejeição à demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde e 64% acreditam que o Presidente agiu mal ao demiti-lo.
O levantamento, publicado pela Folha de S. Paulo, mostra que 36% consideram que a condução do governo frente à pandemia do novo coronavírus vai piorar após a saída de Mandetta, enquanto outros 32% acreditam que vai melhorar com a chegada do médico oncologista Nelson Teich para o lugar de Mandetta.
Perguntados se Bolsonaro tem capacidade para continuar liderando o país, 52% acham que sim e 44%, que não. Novamente, mulheres estão na linha de frente do repúdio a Bolsonaro, e homens são mais favoráveis ao mandatário, com 58% de “sim”, número igual ao registrado entre moradores da região Sul, seu reduto eleitoral. O presidente também foi reprovado pelo mais ricos (acima de dez salários mínimos, 48%) e instruídos (com curso superior, 46%).
O instituto ouviu 1.606 pessoas por telefone, e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Divergências
Nas últimas semanas, Mandetta e Bolsonaro passaram a divergir publicamente sobre algumas medidas de combate ao coronavírus, como o isolamento social.
Enquanto Mandetta defende o isolamento, assim como orientam a Organização Mundial de Saúde (OMS) e os especialistas, Bolsonaro pede a “volta à normalidade”, o fim do “confinamento em massa” e a reabertura do comércio, de lotéricas e de igrejas.
Desde que começaram as divergências, Mandetta passou a dizer, quando questionado se deixaria o cargo, que “médico não abandona o paciente”. Bolsonaro, por sua vez, passou a dizer que “médico não abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico”.
Além disso, Bolsonaro foi a um ato na Esplanada dos Ministérios a favor do governo, passou a sair para ir a padarias e a farmácias em Brasília e passou a cumprimentar grupos de pessoas, gerando aglomerações e contrariando as orientações das autoridades de saúde.
Em uma entrevista à TV Globo, no último domingo (12), Mandetta chegou a dizer que o brasileiro “não sabe se escuta o ministro ou o presidente”.
Foto:Lucio Tavora/Xinhua