A testagem em massa da população de Minas Gerais, por ora, está descartada. O governador Romeu Zema (Novo) alega que o estado não tem recursos para adotar a estratégia, embora reconheça sua eficácia. Aplicado com sucesso em países como a Coreia do Sul, o método permite verificar com precisão o avanço do coronavírus e, assim, planejar melhor a contenção da pandemia.
“Por questões financeiras, nós não temos condição de adquirir 500 mil testes para fazer uma testagem em massa”, disse Zema à Globo Minas nesta segunda-feira (20).
Na avaliação do mandatário, outras medidas tomadas pelo executivo estadual devem garantir que Minas atravesse o surto global sem grandes tragédias ou colapsos. Entre elas, a mobilização de leitos em todo o estado para o atendimento de pacientes diagnosticados com a COVID-19, além da construção do hospital de campanha do Expominas, que deve ampliar a oferta de leitos mineiros em 788 unidades.
“Nós temos hoje apenas 3% dos leitos de UTI’s ocupados com portadores da COVID-19. E isso demonstra que nós temos feito a lição de casa. Minas Gerais está entre os cinco melhores estados do Brasil em questão de vítimas por milhão de habitantes e de infectados por milhão de habitantes. Além disso, fizemos todo um aparato de retaguarda. Se nós tivermos uma deterioração nesse quadro, nós ainda estamos muito bem preparados”, destacou.
Isolamento
Segundo informe epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) nesta segunda (20), a COVID-19 já matou 41 mineiros e infectou outros 1.189. São números mais brandos que os de São Paulo, onde a doença já fez mais de 800 vítimas, ou os do Rio de Janeiro, que superou os 400 óbitos provocados pelo vírus.
Otimista, o governador diz que o estado alcançou um patamar em que já se pode enxergar um “momento pós-pandemia”, com planejamento da reativação das atividades interrompidas.
Zema também voltou a criticar a decisão dos prefeitos de fechar totalmente o comércio mesmo nas cidades mineiras sem casos confirmados de coronavírus. O político argumentou que a configuração urbana de Minas Gerais seria diferente daquela apresentada pelos estados em que a pandemia está mais agressiva. A suspensão total das atividades comerciais em todo o estado, portanto, não se justificaria.
“Quando nós falamos de São Paulo, ou do Rio de Janeiro, e até do Amazonas e do Ceará, que tem tido os piores cenários, nós temos que lembrar que a metade da população desses estados está na capital. E aqui, em Minas Gerais, nós sabemos que os habitantes da Região Metropolitana respondem só por 20% da população (mineira). (Em várias localidades), as pessoas sequer entram num ônibus para ir trabalhar, ou para voltar para casa. São municípios muito pequenos, onde se anda a pé, de bicicleta. E, na grande maioria desses municípios, nós não tivemos óbitos e nem casos do coronavírus”, ponderou.
“O que eu discordo totalmente é de falar: ‘Vamos dar o mesmo remédio para todos os doentes’. Nós temos doentes diferentes. Eu não concordo em dar o mesmo remédio para todos. Para cada doente, o melhor remédio para ele”, concluiu.
Fonte: EM
Foto: Imprensa/MG