O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (24), segundo o ato, a exoneração ocorreu “a pedido” de Valeixo. O documento é assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.
O ex-juiz Sérgio Moro não gostou nada da decisão do presidente Bolsonaro de trocar o comando da Polícia Federal. O ministro não foi avisado pelo presidente que a demissão de Valeixo seria efetivada e, segundo interlocutores, avalia pedir demissão diante do cenário.
Na quinta-feira (23), o ministro havia dito ao presidente que pediria demissão se Valeixo fosse demitido, segundo informou o Jornal Folha de S.Paulo. Oficialmente, por nota, o Ministério da Justiça havia negado que Moro tenha chegado a pedir demissão.
Para Moro, Valeixo é um nome de confiança e foi escolhido pelo próprio ministro. O agora ex-diretor-geral da Polícia Federal foi superintendente da PF em Curitiba durante a operação Lava Jato, quando Moro era juiz federal responsável pelos processos da operação na primeira instância.
Em agosto de 2019, Bolsonaro já havia feito uma primeira tentativa de trocar o comando da PF, depois de a corporação resistir a uma substituição na superintendência do Rio de Janeiro, que chegou a ser anunciada pelo presidente, mas não foi concretizada.
Um dos motivos da irritação do Presidente Jair Bolsonaro com Valeixo, é pelo fato de sua equipe da Polícia Federal ser responsável pela investigação das fake news contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Policiais que trabalham na operação garantem que o filho do presidente, vereador Carlos Bolsonaro, o 02, é o comandante de todos os ataques que foram disparados contra o Supremo e contra o Congresso. Um processo já foi aberto pelo STF para investigar esse movimento de notícias falsas.
Visto como um forte e possível adversário nas próximas eleições, o ministro da Justiça é a figura mais popular do governo Bolsonaro, segundo as pesquisas de opinião.
Sergio Moro fará um pronunciamento hoje (24), às 11h, no auditório do Ministério em Brasília. A informação é da assessoria de imprensa da pasta. O conteúdo do pronunciamento ainda não foi divulgado.
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