Em mais um dia de alívio nos mercados internacionais, o dólar fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde março. A bolsa de valores ultrapassou os 94 mil pontos e encerrou no nível mais alto em três meses.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (5) vendido a R$ 4,988, com recuo de R$ 0,144 (-2,8%). A cotação operou em queda durante toda a sessão e fechou no menor nível desde 13 de março (R$ 4,813). Na mínima do dia, por volta das 12h30, chegou a atingir R$ 4,94.
A moeda fechou a semana com queda de 6,6%. Essa foi a maior queda semanal para o dólar desde outubro de 2008. Em 2020, a divisa acumula alta de 24,29%.
O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 5,609, com recuo de 3,35%. A libra comercial caiu 2,44% e terminou a sessão vendida a R$ 6,291.
O Banco Central (BC) interveio pouco no mercado. A autoridade monetária ofertou até US$ 620 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – venda de dólares no mercado futuro – que venceriam em julho.
Bolsa de valores
No mercado de ações, o dia foi marcado pelo otimismo com o exterior. O Ibovespa, índice da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou o dia aos 94.637 pontos, com ganho de 0,86%. O índice está no maior nível desde 6 de março, quando tinha fechado próximo aos 98 mil pontos.
O Ibovespa seguiu o mercado norte-americano. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou a sexta-feira com forte alta de 3,15%. Apesar dos protestos antirracistas nos Estados Unidos, os investidores reagiram à queda do desemprego nos Estados Unidos, cuja taxa caiu de 14,7% em abril para 13,3% em maio. A ampliação do pacote de estímulos do Banco Central Europeu de 750 bilhões para 1,35 bilhões de euros também influenciou os mercados internacionais.
Há vários meses, mercados financeiros em todo o planeta atravessavam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. Nos últimos dias, os investimentos têm oscilado entre possíveis ganhos com o relaxamento de restrições em vários países da Europa e em regiões dos Estados Unidos e contratempos no combate à doença.
Política
Profissionais de mercado citam de forma unânime a melhora do ambiente externo como fator de destacada relevância para a correção na taxa de câmbio. Mas apontam que uma aparente desescalada nas tensões políticas internas –além da já citada percepção de maior presença do Banco Central no mercado cambial– também têm tido papel preponderante na recente apreciação da moeda brasileira.
“Não tivemos grandes escândalos políticos nas últimas semanas”, disse William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, acrescentando que o “real é uma moeda que tende a oscilar junto com ativos de risco como ações”.
“A julgar pelo desempenho de outras moedas emergentes, em linha com o otimismo do mercado e a menor aversão a risco, pode-se dizer que existe sim algum espaço para continuidade do movimento. Ressalto que, para isso, é fundamental que o cenário político interno não nos traga novas surpresas indesejadas”, acrescentou Castro Alves.
Com informações da Agência Brasil e InfoMoney.
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