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General Eduardo Pazuello causa revolta ao dizer que nem sabe o que é AI-5 General diz que nunca estudou para saber o que foi o ato mais repressivo da ditadura.

18 de julho de 2020, 11h53 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Em entrevista exclusiva à Veja, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou nem saber o que foi o AI-5, Ato Institucional número 5, o mais duro golpe do regime militar, que que suspendeu as garantias constitucionais e resultou na institucionalização da tortura como instrumento pelo Estado.

“Nasci em 1963, não sei nem o que é AI-5, nunca nem estudei para descobrir o que é”, disse Pazuello. A afirmação veio após a repórter Marcela Mattos questioná-lo se ele via alguma ameaça à democracia no Brasil.

Ele ainda disse que o fato de manifestantes em favor de Jair Bolsonaro sairem às ruas pedindo intervenção militar é exemplo de que a democracia está em sua plenitude.

O general, que está há dois meses no comando do Ministério da Saúde, também defendeu a atuação de Bolsonaro perante à pandemia. “Talvez não seja tão negativo ter uma pessoa dizendo que não precisa ter esse temor todo. Dá um pouco de esperança de que a vida pode ser normal,” afirmou.

A declaração do ministro interino sobre o AI-5 logo começou a repercutir nas redes sociais. Veja o que publicaram alguns internautas e jornalistas:

Pazuello responde Gilmar Mendes

Chefe interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello também disse em entrevista à revista Veja que conversou com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O tema da conversa foi a declaração de que “o Exército está se associando a 1 genocídio”. A crítica foi feita por causa do alto número de mortes decorrente da pandemia da covil-19.

Pazuello afirmou não ter se incomodado com a fala do ministro do STF. Mas classificou a declaração de Gilmar como “mal colocada” e fruto de “informações truncadas”. “Quem são os genocidas? Os 5.000 funcionários do ministério? Os dezoito oficiais que eu trouxe para trabalhar comigo?”, questionou o general.

“Se ele entender que tem de conhecer o ministério, verificar o trabalho que estamos fazendo e assim mesmo achar que é um genocídio, é direito dele. Mas faço questão de mostrar tudo. Ele vai ver, inclusive, que não existe militarização do ministério”, complementou o ministro.

Terceiro titular da Saúde durante a pandemia, Pazuello rebateu as críticas de inoperância do governo federal na crise. Questionado se o presidente Jair Bolsonaro era um mau exemplo na pandemia, respondeu que a situação deve ser analisada por outro ângulo.

“Talvez não seja tão negativo ter uma pessoa dizendo que não precisa ter esse temor todo. Dá um pouco de esperança de que a vida pode ser normal, de que dá para manter alguma atividade econômica, para as pessoas não morrerem em casa, com medo”.

Com informações do Catraca Livre, Poder 360 e Veja.
Foto: Anderson Riedel/PR.

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