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A violência política nos painéis que infestam o país

6 de setembro de 2022, 11h03 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

A violência política – ou a sua pregação – se espalha perigosamente pelo país. E por mais empenho que tenham o Tribunal Superior Eleitoral, os ministros do STF e o próprio ministro Alexandre de Moraes para tentar coibir essa praga, o próximo Sete de Setembro é uma ameaça de fato à democracia.

Há pelo menos oito estados em que os outdoors, aqueles cartazes imensos, estão se reproduzindo perigosamente. E todos ou quase todos tentam ligar o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, a movimentos em favor do aborto, das drogas; são mensagens “em defesa da vida”, da “liberdade de expressão”.

Consulta ao TSE para saber se havia levantamento nacional sobre esse tipo de prática criminosa revelou que 11 divulgavam mensagens pró-Bolsonaro, 11 continham ofensas ao ex-presidente Lula

De forma que todos eles obedecem a um padrão gráfico. De um lado, a foto do presidente Jair Bolsonaro acompanhada de termos de seu discurso. “Povo armado”, “Vida”, “valores cristãos”, “liberdade”, são impressos sob a foto do presidente da República. E do outro lado, fotos de Lula ou de símbolos como a foice e o martelo – ainda não descobriram que Gorbachev acabou com o comunismo na União Soviética e destruiu a outrora potência comunista – e tudo isso associado a expressões como “povo desarmado”, “aborto”, “ideologia de gênero” e “censura”, encimado por “você decide” ou a “escolha é sua”.

O problema é que a lei 9.504/97 estabelece normas para as eleições e vedam a propaganda eleitoral em outdoors, incluindo painéis eletrônicos. Painéis desse tipo foram denunciados à justiça eleitoral em pelo menos oito estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins.

O que alegam os autores desses painéis? Que se organizam em vaquinhas, em redes sociais, e muitos deles já foram filiados a partidos políticos, mas que essa prática tem sido organizada de forma espontânea e não fazem parte de ação coordenada, o que não deixa de ser uma mentira. Ora, uma consulta ao TSE para saber se havia algum levantamento nacional sobre esse tipo de prática criminosa revelou que 11 divulgavam mensagens pró-Bolsonaro, 11 continham ofensas ao ex-presidente Lula, um fazia críticas à esquerda e dois comparavam os candidatos, sendo Lula definido de forma pejorativa e Bolsonaro, exaltado.

Pior: o que se sabe é que os TREs não parecem ter meios de combater esse tipo de ação ou fazem de conta que não dispõem de recursos para tanto.

O fato é o que o país começa a ser inundado por esse tipo de outdoor sem que os tribunais regionais façam alguma coisa, o que só pode fazer com que os ânimos fiquem exacerbados e que pode colocar em risco o ambiente político onde se dará a eleição de dois de outubro.

Além do que, com a convocação do presidente da República para que o povo se manifeste, o risco aumenta mais ainda – como se não fosse suficiente o que aconteceu na semana passada com a vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner, alvo de um atentado que, por pouco, não lhe tirou a vida.

Um pouco mais de moderação não faria mal ao país, já traumatizado com o que aconteceu em Uberlândia e no centro do Rio de Janeiro. O país não suporta esse radicalismo. E não foi à toa que o ministro Edson Fachin concedeu liminares ontem que restringem os decretos editados pelo presidente Bolsonaro que facilitam a compra de armas de fogo e de munições além da posse de armamento. E o que alegou o ministro Edson Fachin? Ele alegou urgência provocada pelas eleições em que, afirma, que “exaspera o risco de violência política”.

Foto: Reprodução

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