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Advogado defende cassação de Bim da Ambulância por quebra de decoro Famoso por pedidos de impeachment, Mariel Marley Marra enviou ofício à CMBH se queixando da postura do vereador, que se filmou no banheiro, sentado na privada.

5 de maio de 2021, 08h23 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Estado de Minas

O advogado Mariel Marley Marra quer que a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) apure atos que podem configurar quebra de decoro por parte de Bim da Ambulância (PSD). O parlamentar viralizou nas redes sociais nos últimos dias por postar vídeo seminu, sentado em uma privada enquanto realizava necessidades fisiológicas.

A publicação fez com que o advogado endereçasse ofício à corregedoria do Legislativo da capital mineira. A recomendação dele é pela cassação do mandato.

Bim, que obteve 6.022 votos na eleição de 2020, foi passar o feriado de 1° de maio em Búzios, no Rio de Janeiro. Na casa em que estava hospedado, resolveu filmar o momento íntimo no banheiro.

“É evidente que todo ser humano possui necessidades fisiológicas, contudo, questiona-se a real necessidade desta exposição pública, a qual não repercutiu negativamente somente em relação à pessoa do parlamentar, ora Representado, mas também sobre a dignidade do cargo de vereador e da imagem da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, diz Mariel Marra, no documento em que pede providências.

Para sustentar o pedido, o advogado cita outros casos envolvendo Bim, como o incentivo, por meio do Instagram, à participação de seus seguidores em sorteios de carros. A participação do parlamentar em um “racha”, corrida automotiva ilegal, também é mencionada.

“Os fatos narrados nesta representação caracterizam-se, por si, atitudes que desprestigiam a Câmara Municipal de Belo Horizonte e os seus membros, em flagrante prejuízo da imagem do Poder Legislativo”, alega, ao justificar que o Parlamento apure possível quebra de decoro. Para tanto, ele pede a instalação de comissão com o objetivo de investigar os casos.

Contactado pelo Estado de Minas, Bim da Ambulância classificou o ato como perseguição por parte de Mariel Marra. Ele afirmou que a atitude do advogado é preconceituosa e configura, em suas palavras, “racismo”.

“Meu Instagram não foi criado para ser político, e sim para ser algo pessoal, de compartilhar (conteúdo) com pessoas que convivem comigo e me conhecem, meu dia-a-dia, minha superação e tudo o que passo”, justificou, ao tratar do polêmico vídeo na privada.

Bim crê que o fato de ser vereador não o impede de exercer funções típicas de um digital influencer — papel que também alega ser. Ele explicou que fez um vídeo mostrando as instalações da casa em que estava hospedado no interior fluminense. Então, desafiado por um seguidor, resolveu mostrar o momento íntimo.

“Quem não me acompanha — o que é o caso dele — de ver que estou, também, trabalhando e desenvolvendo o personagem Bim do Instagram, outra ferramenta que estou trabalhando, acaba ficando um tanto desconecto à linha do tempo de tudo o que acontece em meu dia-a-dia”, sustentou.

Corregedoria da CMBH ainda não recebeu ofício

A reportagem procurou, também, o vereador Doutor Célio Fróis (Cidadania), que é o corregedor do Parlamento belo-horizontino. Embora tenha repudiado o ato do colega, ele afirmou não ter recebido documento solicitando a apuração da situação.

“A corregedoria não recebeu nada ainda. O que eu vi foi um ato isolado do vereador, que não se refere em nada à Câmara de BH. O vereador estava no Rio de Janeiro. Não concordo com aquilo. É uma atitude que não é compatível com quem ocupa um cargo público”, falou.

Histórico

Bim da Ambulância tem 589 mil seguidores na rede social de fotos e vídeos. Ele costuma publicar diversos conteúdos mostrando seu cotidiano. Em janeiro, causou aglomeração de fãs ao passar por Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Mariel Marley Marra, por seu turno, ganhou notoriedade ao pedir o impeachment de políticos famosos. Em 2018, solicitou o impedimento de Fernando Pimentel (PT), que governava Minas Gerais. O ex-presidente Michel Temer (MDB) também já foi alvo dele.

Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

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