Por Metrópoles
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), e o chamou de “traidor da pátria” no Twitter. A declaração ocorre após a veiculação de uma entrevista de Zema ao jornal Estado de S.Paulo, na qual ele defende a criação de uma frente Sul e Sudeste em resposta ao estados do Norte e Nordeste.
É absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais.
Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art 19, que é proibido “criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.
Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses…— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) August 6, 2023
O governador mineiro Zema, por sua vez, respondeu as críticas que vêm sofrendo de diversas personalidades após a declaração na entrevista e afirmou que o objetivo não era diminuir outras regiões.
Veja o post:
A união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços. Diálogo e gestão são fundamentais pro país ter mais oportunidades. A distorção dos fatos provoca divisão, mas a força do Brasil tá no trabalho em união.
— Romeu Zema (@RomeuZema) August 6, 2023
Entenda
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou em entrevista que era preciso parar de “julgar que só [as regiões] Sul e Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”, e defendeu a criação de uma frente regional, complementando que os demais governadores da região também querem mais protagonismo na política e economia.
O embate socioeconômico entre as unidades federativas sempre existiu, mas se intensificou nos últimos meses, após a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, após 30 anos de debate. A temática dividiu as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste de um lado, que têm maioria no Senado Federal, e Sul e Sudeste, que têm maioria na Câmara, do outro.
É importante lembrar que após a aprovação de um projeto que teve tramitação iniciada na Câmara, o texto segue para o Senado, onde será analisado e votado. Se o projeto for alterado, ele retorna à Câmara e, então, segue para sanção ou veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que terá 15 dias úteis para tomar a decisão.
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles