Por Metrópoles
Amparado pela ala dissidente do partido, primeiro vice-presidente nacional do Patriota, Ovasco Resende, convocou uma convenção nacional para as 11h do dia 24 de junho. O ato é assinado ainda por outros 15 dirigentes partidários e quatro deputados federais, entre eles, Fred Costa (MG), líder da bancada de seis deputados na Câmara dos Deputados.
O grupo está descontente com o presidente do partido, Adilson Barroso, acusado de mudar o estatuto da legenda para abrir caminho da filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Diferentemente da última convenção, realizada na segunda-feira (14/6) em Barrinhas (SP), sede nacional do partido, a convenção convocada por Ovasco deve ser sediada em um hotel em Brasília, também com a possibilidade de participação virtual.
O edital de convocação, publicado nesta quarta-feira (16/6) no Diário Oficial da União (DOU), justifica que o chamamento foi provocado pela “maioria da Comissão Executiva Nacional e do Diretório Nacional”, amparado no artigo 38 do Estatuto do Patriota, que permite que a convocação possa ser feita pelo vice-presidente.
A convenção tem a seguinte pauta:
- Deliberar sobre atos do Presidente Nacional do Patriota e possíveis sanções e consequências;
- Eleição e posse para suprimento de cargo vacante por morte de Membro do Diretório Nacional e Secretário de Organização Interna Nacional do Patriota;
- Deliberação sobre alteração estatutária;
- Deliberar sobre a possibilidade do Patriota vir a ter candidatura própria à Presidência da República;
- Outros assuntos de ordem legal e estatutária.
No último mês, Barroso realizou duas convenções para alterar o estatuto da legenda, ampliar o número de dirigentes partidários e abrir espaço para acomodar aliados de Bolsonaro. No fim de maio, a legenda filiou um dos filhos do mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (RJ).
O grupo dissidente é contra ceder controle do partido a Bolsonaro, que está sem partido desde novembro de 2019. Quando saiu do PSL, Bolsonaro anunciou intenção de criar uma agremiação própria, o Aliança pelo Brasil. A tentativa, no entanto, foi frustrada, em razão do número de assinaturas necessárias, que não seria obtido a tempo das eleições de 2022.
O presidente da República vai se reunir, nesta quarta-feira (16/6), com a bancada do PSL mais alinhada para discutir a questão partidária. Um grupo de cerca de 30 deputados federais deve acompanhá-lo na mudança de partido.
Foto: Marcos Corrêa/PR