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Análise: tentativa de assassinato de Trump transforma campanha e traumatiza nação Após a tentativa de assassinato na Pensilvânia, Trump retorna à Convenção Republicana, transformando-se em ícone ainda mais poderoso e reformulando a corrida de 2024, diz analista.

15 de julho de 2024, 15h57 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Donald Trump reaparecerá após uma tentativa de assassinato como um herói mítico ainda maior de seu movimento MAGA (Make America Great Again) com a abertura da Convenção Nacional Republicana nesta segunda-feira (15), após duas semanas extraordinárias que transformaram a campanha das eleições de 2024.

Mais de 24 horas depois, o horror do tiroteio de sábado (13) está apenas começando a se destilar em um novo trauma nacional chocante.

Mas tanto o ex-presidente quanto o presidente Joe Biden estão planejando como navegar pelos efeitos políticos.

Uma tentativa de assassinato contra um candidato presidencial, com todas as alusões históricas que evoca, levanta temores de que o derramamento de sangue gere mais derramamento de sangue enquanto a política tóxica da última década ameaça tomar um rumo ainda mais sinistro.

“Um ex-presidente foi baleado, um cidadão americano morto enquanto simplesmente exercia sua liberdade de apoiar o candidato de sua escolha. Não podemos – não devemos – seguir por esse caminho na América”, disse Biden, pedindo calma e união a uma nação polarizada em um discurso do Salão Oval na noite de domingo (14).

O presidente lamentou a morte de Corey Comperatore, um bombeiro e pai, que morreu no comício de Trump protegendo sua família e se juntou à lista assombrosa de americanos que perderam a vida para a violência política.

O presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, um republicano, juntou-se aos apelos por moderação, dizendo à CNN: “É um momento sombrio na história do país. Este é um momento perigoso. E temos sugerido que todas as autoridades eleitas, desde o presidente e abaixo dele, realmente tentem unir o país. Precisamos de uma mensagem unificada. Precisamos diminuir a temperatura”.

Em sua primeira entrevista desde a tentativa de assassinato, o ex-presidente prometeu que seu discurso principal na convenção na quinta-feira (18) – que deveria ser uma atualização de seu discurso inaugural “carnificina americana” em 2017 – seria “muito diferente”.

“Essa é uma chance de unir todo o país, até mesmo o mundo inteiro”, Trump disse a Salena Zito, do Washington Examiner.

Novo desafio político de Biden – e oportunidade
Biden agora enfrenta um dos testes mais intrincados de destreza presidencial em anos. Ele está assumindo seu dever de proteger o discurso político – até mesmo o de um oponente – e pediu uma investigação sobre as aparentes falhas do Serviço Secreto no ataque. Ao mesmo tempo, ele está tentando reviver sua própria sorte política parecendo presidencial, enquanto ainda enfrenta Trump.

O uso simbólico do poder do cargo por Biden – e o foco na Convenção Nacional Republicana nesta semana – pode servir para atenuar a atenção sobre as ansiedades democratas sobre suas perspectivas, embora tudo o que seria necessário para reviver as preocupações públicas seriam mais desempenhos públicos alarmantemente inseguros.

Seu discurso no Salão Oval, embora comovente, foi marcado por vários deslizes verbais que Trump zombou impiedosamente e que, após o desastre do debate, transformaram cada evento público em um exame angustiante de sua capacidade.

Biden agora enfrenta a difícil decisão de quando voltar ao ataque contra Trump – uma decisão que pode ser condicionada pelo tom que seu rival adotar. Mas ele sinalizou sutilmente durante seu discurso no Salão Oval que não diluirá seus avisos de que seu antecessor e possível sucessor representa uma ameaça às liberdades democráticas que definem a alma da América.

Ele fez isso citando vários eventos nos quais Trump, seus apoiadores ou grupos de extrema direita estiveram envolvidos – mencionando “membros do Congresso de ambos os partidos sendo alvejados e baleados, ou uma turba violenta atacando o Capitólio em 6 de janeiro, ou um ataque brutal ao cônjuge da ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ou… intimidação a funcionários eleitorais, ou o plano de sequestro contra uma governadora em exercício (a democrata de Michigan, Gretchen Whitmer) ou uma tentativa de assassinato contra Donald Trump”.

“Não há lugar na América para esse tipo de violência, para qualquer violência jamais”, disse Biden.

Seus sentimentos são compartilhados por muitos. Mas a amarga experiência sugere que ele pode não ser o último presidente a dizer isso.

Com informações da CNN Brasil.
Foto: Reprodução.

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