Por Metrópoles
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, se esquivou de reconhecer a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. Em coletiva à imprensa, nesta terça-feira (8/11), o ex-deputado disse “aguardar” o relatório do Ministério da Defesa sobre a auditoria das urnas eletrônicas para se manifestar a respeito.
“Eu acho que o [reconhecimento] depende do que eles [militares] apresentarem. Vamos brigar para o TSE responder para gente o questionamentos que levamos. Tem muita coisa que tenho impressão que não vem nesse sentido. Vamos aguardar amanhã”, explicou.
Recentemente, o Ministério da Defesa anunciou que encaminhará, nesta quarta (9/11), o “relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação”. A manifestação é sucinta e informa, sem detalhes, que o documento será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro em 2026
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do PL assegurou que o partido lançará o atual presidente Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto em 2026.
Na ocasião, o ex-deputado também externou preocupação com o crescimento do bolsonarismo, que disse estar “ficando maior que Bolsonaro”. “Temos que trabalhar para que o pessoal não atravesse o samba, não passe do limite”.
Até lá, o chefe do Executivo atuará como presidente de honra do Partido Liberal. Segundo o ex-parlamentar, a posição permitirá que Bolsonaro “cultive esses milhões de seguidores que ele tem e a estrutura será a que ele necessitar”.
“Queremos que ele comande nosso partido, queremos ele à frente dessa luta que construiu para levar nosso partido a um patamar mais importante”, disse. “Bolsonaro vai trabalhar numa área anexa ao nosso partido, quero montar a estrutura lá e o que ele necessitar nós vamos fazer para ele. Muito importante que ele corra o país e que continue a fazer política”, prosseguiu.
Jefferson e Zambelli
Valdemar também avaliou que o episódio envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) “atrapalhou” a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, candidato do partido ao Palácio do Planalto.
“O caso do Roberto Jefferson teve muita repercussão porque o PT pôde explorar isso na televisão e no rádio. Atrapalhou, isso não tenho dúvidas, porque atrapalhou a gente com as mulheres e nós já tínhamos problemas com o eleitorado feminino. Não sei se foi suficiente para a gente perder a eleição, mas atrapalhou”, avaliou o representante do partido.
O ex-deputado também foi questionado por jornalistas sobre o incidente envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), na véspera do segundo turno da eleição, em que a parlamentar, armada, perseguiu um homem, na Zona Oeste de São Paulo.
A deputada alegou que estaria reagindo a um episódio de violência contra ela. “Da Carla Zambelli talvez não [tenha prejudicado a reeleição], foi muito em cima”, disse.
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles