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Após embates, Fuad e Gabriel protagonizam reunião amistosa na Câmara de BH

28 de março de 2024, 00h22 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Figuras centrais de diversos embates públicos na política de Belo Horizonte em 2023, o prefeito Fuad Noman (PSD) e o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), protagonizaram, nesta quarta-feira (27), uma reunião amistosa na sede do Parlamento belo-horizontino. Gabriel, inclusive, aproveitou a visita de Fuad, que foi prestar contas aos vereadores das ações realizadas em 2023, para pedir desculpas a Josué Valadão, um dos principais auxiliares do prefeito, que há menos de um ano foi chamado de “bandidão” pelo presidente da Câmara.

Já Fuad, que chegou a dizer, em setembro, que não gostaria de se encontrar com Gabriel, afirmou se sentir “honrado” por ser recebido pelos vereadores para prestar informações sobre as ações do poder Executivo.

“Viemos aqui cumprir o que prescreve o artigo 98 de nossa Lei Orgânica, fazendo a prestação de contas do exercício de 2023”, assinalou.

Gabriel, embora tenha afirmado, em entrevista coletiva, que a gestão de Fuad tem “muitas falhas”, cobrou “respeito” ao prefeito por parte de pessoas que assistiam, das galerias do plenário da Câmara, à exposição do prefeito. O pessedista chegou a ser interrompido pelos presentes — o que deixou o presidente da Câmara descontente.

“Ou a senhora vai respeitar a fala ou a senhora vai ser convidada a se retirar”, disse, em direção a uma espectadora da apresentação. “Vamos ouvir a prestação de contas do prefeito. O fato de a gente ser respeitoso com ele não quer dizer que os colegas não terão direito de questioná-lo, criticá-lo, apontar erros e assuntos que consideramos erráticos na gestão. Tudo com o respeito que o senhor merece”, reforçou, aos colegas.

‘Normalidade’
No ano passado, em meio à crise entre os poderes, Gabriel foi alvo de dois pedidos de cassação do mandato parlamentar. Um deles, apresentado pela deputada federal Nely Aquino (Podemos), sua antecessora na presidência da Câmara de BH e aliada de Marcelo Aro (PP), secretário de Estado de Governo de Minas Gerais e um dos principais articuladores políticos de Fuad ao longo de 2023. Os dois processos foram encerrados sem punição ao presidente da Câmara.

“O ano passado foi marcado por uma tentativa brutal e violenta de colocar o Parlamento desta cidade de joelhos, mas uma série de vereadores impediram que a democracia de Belo Horizonte sofresse uma ruptura, porque o que se tentou, por duas vezes, foi cassar o meu mandato. Quem tentou, perdeu. Hoje, o que a gente tem na Câmara Municipal é um episódio de normalidade. O prefeito vem prestar contas, por lei, os vereadores questionam e os secretários passam a atender os pedidos dos vereadores”, analisou Gabriel, ao comentar a conjuntura da política municipal.

Fuad e Gabriel, aliás, podem ser adversários na eleição de outubro. Isso porque o prefeito já oficializou o interesse de disputar a reeleição e o presidente da Câmara é pré-candidato ao mesmo cargo.

Com informações da Itatiaia.
Foto: Rafaella Ribeiro/CMBH.

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