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Após nova crítica do presidente à imprensa, apoiadores de Bolsonaro hostilizam jornalistas Atos aconteceram nesta segunda-feira (25), em frente ao Palácio da Alvorada.

25 de maio de 2020, 14h02 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Com o dobro do espaço que habitualmente é destinado aos apoiadores de Jair Bolsonaro na saída da residência oficial da Presidência, os bolsonaristas voltaram a hostilizar jornalistas nesta segunda-feira (25), em frente ao Palácio da Alvorada. Pouco antes dessas agressões verbais, o presidente, ao passar perto dos repórteres, criticou a imprensa.

Nesta segunda-feira (25), como a lotação do bolsão destinado aos apoiadores ao lado da área de imprensa já havia atingido o limite de 35 pessoas, foi criada uma nova área no lado oposto, em frente ao espelho d’água diante do Alvorada. Quando o jornal Folha de S.Paulo chegou ao local, por volta das 7h30min, havia 60 pessoas na fila, e muitos já estavam acomodados no bolsão reservado à militância. Os apoiadores ficaram em 2 “cercadinhos” –1 ao lado da imprensa e outro à frente.

Quando Bolsonaro apareceu, falou primeiro com os que estavam diante do espelho d´água. Sem máscara, tossiu com a mão na boca e, quando se dirigiu para o lado onde fica a imprensa, vestiu a máscara, de uso obrigatório no Distrito Federal.

O presidente, ao passar perto dos repórteres, criticou a imprensa. “No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo”, disse. Alguns simpatizantes dele apoiaram respondendo “Isso aí”.

Depois que o presidente foi embora, o grupo de apoiadores que estava do outro lado da rua andou livremente até a frente da área destinada à imprensa. De lá, hostilizaram os profissionais, junto com o grupo que já estava posicionado ao lado dos repórteres (como ocorre diariamente).

Os apoiadores fizeram gestos obscenos aos jornalistas e os chamaram, por exemplo, de “safados”, “comunistas” e “comprados”. A TV Globo foi chamada de “lixo” pelas pessoas.

Com a escalada de hostilidades, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança, havia instalado duas grades, com espaço de uma pessoa em pé entre elas, para separar os dois grupos. O reforço da proteção, no entanto, foi removido e, nos últimos dias, há apenas uma grade e uma fita de contenção, ignorada pela claque.

Os repórteres foram embora do Alvorada juntos, para evitar agressões. Deixaram o local sendo xingados. Um apoiador gritava que sentiria vergonha se tivesse parentes como os profissionais que trabalham na cobertura da Presidência.

Um grupo minoritário de apoiadores do presidente (composto por 6 pessoas), que estavam no estacionamento do Alvorada, mostrou solidariedade aos repórteres. Disseram que não concordavam com as atitudes do outros.

No início do mês, apoiadores de Bolsonaro reviraram o lixo em frente da sala de imprensa do Alvorada para acusar os jornalistas de sujos. Diante do Palácio do Planalto, jornalistas já foram agredidos fisicamente durante uma manifestação a favor do presidente.

Diariamente, jornalistas dão plantão diante da residência oficial da Presidência da República por causa do hábito de Bolsonaro em conceder rápidas entrevistas no local.

Há mais de uma semana, no entanto, desde que a crise política se agravou, ele não tem respondido a perguntas e optou por conceder entrevistas apenas a youtubers alinhados a ele. Na sexta-feira (22), após a divulgação, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), do vídeo da reunião ministerial alvo de investigação, ele fez um pronunciamento de mais de 50 minutos.

Com informações do Poder360 e FolhaPress.
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

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