Por G1
O Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas), o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindbares) e a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas) pediram paciência aos comerciantes nesta quarta-feira (20), após reunião com o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Desde o dia 11 de janeiro, apenas os serviços essenciais estão autorizados pela prefeitura para funcionar.
Esse fechamento da cidade tem o objetivo de conter a alta na transmissão da Covid-19 na capital. De acordo com boletim divulgado pela prefeitura nesta terça-feira (19), 78.822 pessoas ficaram infectadas na cidade e 2.087 morreram.
Mas, dos três termômetros usados pela administração municipal para definir ações de combate à doença, apenas a que mede a taxa de ocupação em UTI está no vermelho, com o índice de 84,3%.
“Pedimos um pouco de paciência aos empresários. A reunião foi muito proveitosa e estamos na expectativa de que haja alguma abertura já na semana que vem. Vai depender dos números”, disse o presidente do Sindbares, Paulo Pedrosa.
O G1 perguntou à Prefeitura de Belo Horizonte sobre essa expectativa de reabertura na próxima semana e aguarda resposta.
Judicialização
As entidades também criticaram o pedido de ação judicial que acabou derrubando a restrição do comércio de Belo Horizonte aos serviços essenciais. A medida começa a valer a partir do dia 29 de janeiro, com multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento. A prefeitura já entrou com recurso.
“A ideia de judicialização é pior de todas. Ela não fala a linguagem das autoridades. De fato, quem deve resolver isso são os empresários e a autoridade executiva”, disse o presidente da ACMinas, José Anchieta da Silva.
A ação foi proposta pelo deputado estadual Bruno Engler (PRTB), que saiu derrotado na disputa pela prefeitura da capital nas eleições do ano passado. O pedido, mais uma vez, leva em consideração que as decisões da atual administração do município são feitas por meio de decreto, sem passar por aprovação da Câmara Municipal, a fim de que possa ter força de lei.
Autor desta decisão, o juiz Wauner Batista Ferreira Machado já acatou esse mesmo argumento em ações anteriores. Em uma delas, o magistrado chegou a mencionar que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) “exerce a tirania de fazer leis por decretos, ao bel prazer dele e de seus técnicos da saúde”.
Foto: Danilo Girundi / TV Globo