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Argentinos reagem ao atentado contra Cristina Kirchner com manifestações em Buenos Aires O principal ato acontece na Praça de Maio, um ponto tradicional de comícios e outros atos políticos na frente da Casa Rosada, a sede do governo. Políticos da situação e da oposição repudiaram o ataque à vice-presidente Cristina Kirchner em Buenos Aires.

2 de setembro de 2022, 16h54 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por G1

Um novo clima de inquietação tomou conta da Argentina nesta sexta-feira (2), após o atentado com arma contra sua vice-presidente, Cristina Kirchner, que saiu ilesa devido a um defeito mecânico da pistola. Há manifestações políticas em Buenos Aires para demonstrar apoio a Cristina.

O agressor apontou a arma –as autoridades disseram a pistola estava carregada– para Cristina do lado de fora da casa dela em Buenos Aires, à queima-roupa, mas a arma não disparou.

Nesta sexta-feira, o principal ato acontece na Praça de Maio, um ponto tradicional de comícios e outros atos políticos na frente da Casa Rosada, a sede do governo. Milhares de pessoas foram ao local.

Alberto Fernández, o presidente, decretou feriado nesta sexta-feira justamente para que as pessoas pudessem participar de manifestações.

Segundo o jornal “La Nación”, Fernández convocou representantes sindicais, empresários, membros de organizações de direitos humanos e representantes de religiões para participar do ato na frente da Casa Rosada e fazer um discurso contra a violência.

Deve haver apenas um pronunciamento: a atriz Alejandra Darín, presidente da Associação Argentina de Atores, vai ler uma carta. Ela é irmã do ator Ricardo Darín.

Alberto Fernández visitou Cristina na casa da vice-presidente. Segundo o jornal “Clarín”, ele ficou lá por 45 minutos e saiu sozinha.

Manifestantes em Buenos Aires em ato para dar apoio a Cristina Kirchner, em 2 de setembro de 2022 — Foto: Agustin Marcarian/Reuters

‘Sociedade perdeu a calma’

Oscar Delupi, de 64 anos, funcionário ferroviário da capital, culpou as divisões políticas pelo desencadeamento da violência.

“A sociedade já perdeu um pouco a calma, a mensagem de ódio que a oposição emite está se tornando cada vez mais feroz”, disse ele.

“Felizmente a bala não saiu porque as consequências poderiam ter sido muito piores”, disse Florencia Suera, uma trabalhadora de 22 anos de Buenos Aires.

Imagem de manifestação para demonstrar apoio a Cristina Kirchner em Buenos Aires, em 2 de setembro de 2022 — Foto: Rodrigo Abd/AP

Políticos também reagem

Políticos de todos os segmentos ideológicos da Argentina condenaram o ataque, que aconteceu em meio a tensões políticas agudas (o país passa por uma crise econômica impulsionada por dívidas e inflação descontroladas).

Horacio Rodríguez Larreta, um político de oposição ao kirchnerismo e prefeito da cidade de Buenos Aires, chamou de “um ponto de virada na (nossa) história democrática”. É um comentário semelhante ao do presidente Alberto Fernández em um discurso noturno.

No entanto, alguns políticos reagiram com críticas à forma como o governo reagiu. Patricia Bullrich, do PRO, disse que o presidente está brincando com o fogo: “Em vez de investigar seriamente um fato grave, acusa a oposição e a imprensa e decreta um feriado para mobilizar os militantes. (Ele) converte um ato de violência individual em uma jogada política. Lamentável”.

Miguel Angel Pichetto, do Encontro Republicano, também criticou o Alberto Fernández: “O presidente não entende nada. A oposição repudiou o ato e se solidarizou com a vice-presidente. O presidente, da parte dele, culpa a oposição, a Justiça e os veículos de imprensa. Depois, decreta um feriado nacional. Para quê? É tudo patético”, disse ele.

Líderes de outros países

O papa Francisco falou por telefone com a vice-presidente para expressar sua solidariedade, disse um comunicado de Cristina Kirchner. Líderes da região também criticaram o ataque.

“Foi deplorável, repreensível, mas ao mesmo tempo, eu diria, milagroso, porque ela está bem”, disse o presidente mexicano de esquerda Andrés Manuel López Obrador.

Cristina enfrenta processos judiciais

Figura divisiva, Cristina Kirchner enfrenta acusações de corrupção ligadas a um suposto esquema de desvio de recursos públicos enquanto foi presidente, entre 2007 e 2015. Um promotor pediu uma sentença de 12 anos de prisão contra ela.

Cristina nega irregularidades, e seus apoiadores foram às ruas e se reúnem diariamente do lado de fora de sua residência.

Mais tarde, o gabinete do presidente Fernández pediu o fim de uma “retórica de ódio”, enquanto Rodríguez Larreta acrescentou: “Hoje, mais do que nunca, todos os argentinos precisam trabalhar juntos pela paz”.

O ataque foi transmitido em todo o país por meio de imagens de TV ao vivo que mostraram a arma sendo apontada para o rosto de Cristina Kirchner, antes de ela se abaixar e cobrir o rosto com as mãos.

Oscar Parrilli, senador da coalizão governista próximo à vice-presidente, disse à rádio local que ela estava em choque, mas que “por sorte, tem seu espírito, seu temperamento intacto”.

A polícia prendeu um suspeito que eles disseram ser Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos.

Foto: Rodrigo Abd/AP

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