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Armaram um laço para pegar Kalil e impedi-lo de concorrer contra Romeu Zema Comentário da Noite

2 de setembro de 2021, 20h44 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

Esse pedido do advogado Mariel Marra pode até não ser levado às últimas consequências, mas foi protocolado ontem na Câmara Municipal de Belo Horizonte e deve receber andamento normal até porque ao final é solicitado o impeachment do prefeito Alexandre Kalil com a pena acessória de oito anos sem exercer cargos públicos por crime de responsabilidade.

Na petição, o advogado, que se identifica também como teólogo, conservador e armamentista, é conhecido por atuar em circunstancias parecidas. Ele já pediu o impedimento do ex-governador Fernando Pimentel e até do ex-presidente Michel Temer, para não falar em outros menos votados – se bem que Temer acabou se beneficiando do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – mas em sua denúncia o advogado alega que no “presente caso, a Câmara de Vereadores verificará a consistência das acusações, se os fatos e as provas dão sustentabilidade, se os fundamentos são plausíveis ou, ainda, se a notícia do fato denunciado tem razoável procedência, razão pela qual gasta-se tempo lendo a denúncia para o plenário”. E segue: – que se observam pelas provas indicadas e juntadas em anexo que foram desatendidos, sem apresentação de motivo justo, 12 pedidos de informações formulados pela Câmara Municipal de Belo Horizonte a partir de 01/01/2021 e devidamente encaminhados para a prefeitura de Belo Horizonte com a chancela da Mesa Diretora em conformidade com o artigo 76, parágrafo quarto da LOMBH”  de tal sorte que o advogado vai direto ao ponto e pede o impedimento do prefeito com a pena acessória de oitos sem exercer cargos públicos.

Não é a primeira vez que o prefeito Alexandre Kalil entra em choque com a Câmara Municipal mas é esta, certamente, a primeira vez que se arma um laço para pegar o prefeito de Belo Horizonte e evitar que ele enfrente o governador Romeu Zema em 2022, de quem se diz, à boca pequena, que poderá ter a presidente da Câmara, Nely Aquino, como sua vice na disputa pelo governo do Estado. De fato, Nely tem a sua base eleitoral em Belo Horizonte e onde o prefeito Kalil, segundo as pesquisas, estaria bem com o eleitorado enquanto Zema tem melhores condições no interior do Estado, graças às constantes viagens que faz ao interior e ainda se tornando beneficiário do acordo da Vale que deverá injetar algo em torno de R$ 11 bilhões nos cofres do Estado, dinheiro que inegavelmente chega em boa hora. Para o prefeito Alexandre Kalil, em conversa com o blog do Lindenberg, “é mais uma intriga da oposição que só traz prejuízo para a população menos assistida de Belo Horizonte”.

O líder do governo, vereador Léo Burguês não vê o problema com maiores preocupações porque não enxerga ilegalidade nos atos do prefeito Alexandre Kalil e contabiliza maioria no plenário em favor do prefeito. De qualquer forma, o pedido de impeachment de Kalil está agora na mão da presidente da Câmara, Nely Aquino, que poderá admiti-lo ou não. Ele certamente vai consultar a procuradoria da Câmara e poderá dar andamento ou não ao pedido do advogado Mariel Marra. No dia anterior, o advogado André Mansur Brandão também entrou com um pedido de impedimento do prefeito de Belo Horizonte, mas por razões diferentes, questões mais ligadas a feiras e eventos que acontecem, segundo ele, nas imediações do Mineirão e do Mineirinho, além de cobrar de Kalil explicações porque outras feiras livres da cidade foram suspensas desde março de 2020.

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