Por Metrópoles
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, mesmo com o país vivendo em meio a uma crise econômica, o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, terá vantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a corrida pelo Palácio do Planalto. Para ele, haverá uma virada e o chefe do Executivo assumirá a liderança nas próximas semanas.
“A expectativa é de que, pelas últimas pesquisas, ele [Bolsonaro] passe [Lula] no final de maio ou junho. Em fevereiro, eram 16 pontos percentuais de diferença entre os dois. Em março, eram 10 pontos percentuais, e agora, 5. A grande massa no meio vai escolher o que cada um representa e, daí, esse deslocamento de brasileiros moderados de centro em direção ao Bolsonaro”, disse Lira, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Com a alta inflação elevando os índices de rejeição do governo, Lira afirmou que o Legislativo trabalha pressionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a rever reajustes autorizados na conta de luz com base em possíveis “pontos subjetivos dos contratos”.
O Congresso ainda deve cobrar que os governadores cumpram a lei que mudou a forma de cálculo do ICMS dos combustíveis; e criar um benefício fiscal para a entrada de investimentos estrangeiros para reduzir a cotação do dólar.
“A gente estaria muito melhor se não tivesse esse problema de inflação mundial, se não tivesse esse problema de combustíveis mundial, se não tivesse esses problemas todos acarretados ou pela pandemia ou pela guerra da Ucrânia. O que dá a rejeição [ao presidente]? O pai de família faz comparações, naquela época e pensa: ‘Eu tinha dinheiro para comprar isso e aquilo, agora não dá’”, avaliou Lira.
Auxílio emergencial
O presidente da Câmara disse que o pagamento do auxílio emergencial em meio à pandemia de Covid-19, que deixou muitos brasileiros desempregados, pode ajudar a reduzir a rejeição do presidente Bolsonaro.
“O auxílio ajuda, claro. Você sai de um piso do Bolsa Família de R$ 70 para um piso de R$ 406 e de um teto de R$ 170 para um teto de R$ 852. É uma diferença razoável. Traz também impacto positivo na economia dos municípios, zerou a fila que existia no Bolsa Família e aumentou a procura pelo programa, porque o interesse de ganhar R$ 70 é uma coisa e o de ganhar R$ 400 é outra. Isso diminui rejeição”, finalizou.
Foto: Igo Estrela/Metrópoles