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Às vésperas de encontro com Biden, Bolsonaro vê servidor da Funai e jornalista inglês desaparecerem

7 de junho de 2022, 09h16 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

Só faltava essa para atazanar a vida do presidente Jair Bolsonaro. Às vésperas de se encontrar com o presidente Joe Biden, onde seriam discutidas entre outras questões a da Amazônia, com exigência do presidente norte-americano para redução do desmatamento na região, eis que um indigenista brasileiro, Bruno Araújo Pereira, e o jornalista inglês, colaborador do “The Guardian”, Dom Philips, desaparecem na selva amazônica, nas proximidades do município de Atalaia do Norte (AM) neste último domingo.

O jornalista inglês, cujo caso está sendo investigado pela Marinha e pela Polícia Federal, viajava pela terra indígena na companhia do indigenista e está escrevendo um livro sobre o meio-ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson. Na verdade, o jornalista inglês tem residência em Salvador, Bahia, e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 para veículos como o “Washington Post”, “New York Times”, “Financial Times” e “The Guardian”.

Pesa sobre eles a possibilidade de terem sido ameaçados, pelo menos o indigenista Bruno Araújo Pereira, um antigo servidor da Funai, por madeireiros, garimpeiros e pescadores, três tipos de gente mais encontradas na região onde os dois teriam desaparecido, entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

O problema cresce porque o presidente Jair Bolsonaro deve se encontrar na Cúpula das Américas com o presidente Joe Biden, com uma pauta que certamente não agrada o presidente brasileiro que, além do mais, é admirador do ex-presidente norte-americano, Donald Trump, o que já seria passível de um certo constrangimento, dada a relação próxima entre Bolsonaro e Trump. Talvez por isso mesmo é que na noite de ontem, segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro não tenha feito nenhuma declaração sobre o desaparecimento do servidor da Funai, Bruno Araújo Pinheiro e o jornalista inglês Dom Phillips. Da mesma forma o ministro da Justiça, Anderson Torres, também não fez nenhum pronunciamento.

Bolsonaro, por sinal, deu uma entrevista à Band, nessa segunda-feira, e ao invés de falar sobre o desaparecimento do indigenista e do jornalista inglês, usou o espaço para reclamar da demarcação da reserva indígena Yanomami. O jornal inglês “The Guardian”, por sua vez, disse “estar muito preocupado e que busca forma urgente de obter informação sobre o paradeiro e as condições de Phillips”, que vinha recebendo ameaças ultimamente. The Guardian reafirmou numa nota de sua direção que “condenamos todos os ataques e violências contra jornalistas e trabalhadores da imprensa”.

Foto: Reprodução

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