Por DCM
Os impactos da contraofensiva israelense em Gaza, em resposta aos ataques do Hamas, vão além das instalações do grupo. A ONU (Organização das Nações Unidas) relatou que 18 locais de atendimento à população palestina foram danificados, incluindo quatro escolas utilizadas como abrigos. Na última terça-feira (10), moradores informaram que lugares antes considerados seguros, como mesquitas e hospitais, agora estão em ruínas.
O governo israelense emitiu um aviso de 24 horas para que os habitantes de Gaza evacuassem certas áreas como parte de sua resposta à ameaça do grupo. Segundo autoridades palestinas, cerca de 900 pessoas perderam a vida, e aproximadamente 168 edifícios, incluindo sete hospitais e 48 escolas, tiveram suas estruturas danificadas desde sábado. A ONU apontou danos a instalações de água e saneamento, afetando mais de 400 mil pessoas.
Essa destruição se soma ao bloqueio de Gaza, onde o fornecimento de água, energia, alimentos e medicamentos foi interrompido por Israel em retaliação ao ataque do Hamas. Com as fronteiras fechadas, grande parte dos 2,5 milhões de habitantes do enclave buscou refúgio em escolas e hospitais. Segundo a ONU, aproximadamente 187,5 mil palestinos se deslocaram internamente desde o início dos confrontos, sendo que 137 mil deles estão em mais de 80 escolas administradas pela organização.
Uma mulher abrigada no Hospital al-Shifa relatou ter fugido para lá com seu bebê de uma semana após um ataque aéreo atingir sua casa. Ela e 19 membros de sua família se refugiaram em uma parte do hospital ainda em construção, junto com outros que fugiram dos ataques.
“O que eles estão fazendo não deveria ser permitido”, disse a mulher ao New York Times.
Ela relatou ter fugido para o hospital com seu bebê de uma semana no colo depois que um ataque aéreo atingiu a casa deles no norte de Gaza, perto da fronteira com Israel. Ela e 19 membros de sua família estavam abrigados há três dias numa sala em uma parte do hospital que está em construção. A eles se juntaram muitos outros que fugiram dos ataques e dormiram nos corredores ou em pátios externos.
Acerca dos ataques a tais instalações, o tenente-coronel do Exército israelense, Richard Hecht, afirmou que a Força Aérea de Israel estava sobrecarregada, resultando em poucos avisos antes dos ataques aéreos. A situação piorou com a interrupção dos serviços de telefonia e internet na maior parte de Gaza, após um ataque à Companhia de Telecomunicações Palestina na segunda-feira (9).
Moradores de Gaza expressaram choque e tristeza diante da destruição de seus lares e locais de memórias felizes, buscando refúgio em escolas superlotadas. A comunidade internacional segue observando a escalada do conflito na região.
🇮🇱🤬INACREDITÁVEL!
Israel bombardeou a passagem de Rafah (única ponte terrestre que ligava Gaza ao mundo exterior)
Agora 2.3 MILHÕES de palestinos estão LITERALMENTE trancados em uma aérea totalmente destruída e sendo bombardeados 24h por dia, sem água, comida, energia.
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— Front Social 🚩 (@front_social_) October 10, 2023
Foto: Reprodução