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“Bilionário arrogante”: Musk compra briga com a Austrália e recebe resposta

23 de abril de 2024, 18h47 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Após iniciar uma série de ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e consolidar sua imagem como ícone da extrema-direita bolsonarista, o empresário Elon Musk agora direciona sua artilharia contra as autoridades australianas.

O “bilionário arrogante”, como descreveu o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, está insatisfeito com a disputa em torno da remoção de vídeos de um esfaqueamento em uma igreja em Sydney, que resultou no ataque a um bispo cristão assírio.

Na segunda-feira (22), um juiz australiano emitiu uma liminar ordenando que a plataforma X, antigo Twitter, removesse os vídeos em questão. A decisão veio após uma solicitação das instâncias de monitoramento da internet no país. A corte australiana concedeu um prazo de dois dias para o cumprimento da ordem judicial.

No entanto, Musk já havia declarado sua intenção de desafiar qualquer determinação nesse sentido. Anteriormente, ele havia recebido uma notificação da comissária de Segurança Eletrônica, Julie Inman Grant, para remover os vídeos, respondendo apenas com um desdém, referindo-se a ela como “a comissária da censura da Austrália”.

Segundo Jamil Chade, do Uol, desde 2021, a Austrália tem intensificado sua regulamentação sobre as plataformas digitais, responsabilizando-as pelo conteúdo veiculado em suas redes. A disseminação das cenas do ataque em Sydney amplificou ainda mais essa tensão.

A crise entre Musk e as autoridades australianas aprofundou-se nesta terça-feira (23), quando o primeiro-ministro Anthony Albanese confrontou diretamente o empresário. Albanese rotulou Musk como “um bilionário arrogante que pensa estar acima da lei e da decência comum”, defendendo a decisão judicial e a atuação da comissária de Segurança Eletrônica como parte do compromisso do governo em proteger os interesses da população.

O primeiro-ministro também destacou a importância da responsabilidade social das plataformas de mídia social, criticando a postura de Musk. “A ideia de que alguém recorreria aos tribunais pelo direito de publicar conteúdo violento em uma plataforma mostra como Musk está fora de sintonia. A mídia social precisa ter responsabilidade social. Musk não está demonstrando nenhuma”, disse Albanese.

Paralelamente, Musk utilizou sua própria plataforma para contra-atacar Albanese, compartilhando memes e comentários que questionavam a legitimidade das ações do governo australiano.

“Nosso temor é que, se qualquer país puder censurar conteúdo para todos os países, que é o que o ‘comissário de Segurança Eletrônica’ australiano está exigindo, então o que impede qualquer país de controlar toda a internet?”, questionou Musk na rede X.

Ele também destacou que o conteúdo em questão já havia sido censurado para usuários na Austrália, aguardando uma resolução legal, e que estava armazenado apenas em servidores nos Estados Unidos.

Para Albanese, o cerne da questão não é a liberdade de expressão, e sim a responsabilidade das empresas e a aplicação da lei. O questionamento de Musk sobre o papel das autoridades na regulamentação do conteúdo online foi rotulado como “extraordinário” pelo primeiro-ministro australiano.

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: reprodução.

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