Por Metrópoles
O senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO) criticou, nesta terça-feira (27/6), o coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército, acusado de estimular um golpe de Estado.
Investigações da Polícia Federal (PL) mostram que o militar aparece em mensagens trocadas com Mauro Cid, supostamente estimulando o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a seguir o caminho do golpe contra o resultado da eleição presidencial e, consequentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Em relação ao coronel Lawand: não sei quem o orientou, mas, de verdade, o senhor não convence ninguém. O senhor apequena a sua história, atrofia o sucesso da sua carreira e tenta impor uma narrativa que não para de pé ao menor esforço”, disse Rogério, que é do mesmo partido de Bolsonaro.
A declaração de Marcos Rogério foi dada durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro no Congresso Nacional.
O senador criticou as justificativas dadas por Lawand sobre a troca de mensagens. “Em nenhum momento, atentei contra a democracia brasileira. Em nenhum momento, quis quebrar, destituir, agredir qualquer uma das instituições. Isso não faz parte do que aprendi na minha carreira”, alegou o coronel.
Marcos Rogério disparou: “Não sei se vossa senhoria se convence da versão que está apresentando no dia de hoje. Ou se acha que alguém, ao ler aquilo que está nas transcrições, acredita assim”.
Depois, o senador afirmou que Lawand poderia, “como cidadão”, emitir opiniões e “participar de manifestações pacíficas”.
“Não há crime em participar de manifestações que questionem, inclusive, o resultado eleitoral. Manifestações pacíficas, legitimadas pela Constituição Federal. Agora, dizer uma coisa no privado e, talvez, seria o caso de vir aqui hoje e dizer: ‘Cometi erros, acreditei em algo, extravazei a minha opinião, e isso não foi legal, não foi certo’”, acrescentou Rogério.
A legislação brasileira não permite, no entanto, que militares da ativa se manifestem por questões políticas e partidárias. A norma consta no Decreto nº 4.346 de 2002.
Investigações
Em mensagens trocadas com o ajudante de ordens, Lawand pediu que o militar “convencesse o 01 [em menção a Bolsonaro] a salvar esse país”.
“Cid, pelo amor de Deus. O homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, da divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu.
A convocação de Lawand consta em requerimentos apresentados por parlamentares governistas, como Eliziane Gama (PSD-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duda Salabert (PDT-MG) e Duarte (PSB-MA).
Foto: Reprodução/TV Senado