Por Antagonista com Letícia Horsth
O depoimento de Maurício Valeixo no inquérito sobre a suposta interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal teve início às 10h10 da manhã em Curitiba e ainda não terminou.
Segundo Fausto Macedo, durante o depoimento, o ex-diretor-geral da PF disse ter ouvido do presidente que ele não tinha nada “contra a sua pessoa”, mas queria para a corporação um chefe com quem tivesse mais “afinidade”.
O inquérito foi aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pediu demissão do cargo, no fim de abril — o caso está sob relatoria de Celso de Mello.
O inquérito vai investigar se as acusações de Moro são verdadeiras — ele disse ter sido pressionado por Bolsonaro a fazer mudanças na cúpula da PF. Se não forem, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Valeixo é ouvido por ter sido citado por Moro em depoimento, também à PF, no dia 2 de maio. No dia 24 de abril, após Bolsonaro exonerar Valeixo, Moro deixou o cargo alegando que não via motivo razoável para a troca no comando da PF.
No lugar de Valeixo, e contrariando o então ministro Moro, o presidente indicou Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro. A nomeação de Ramagem, entretanto, foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Foto: Reprodução/O Antagonista