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Bolsonaro defende ajuda internacional e elogia “isenção” do TSE para 2026 Durante um ato na Avenida Paulista neste domingo (6/4), o ex-presidente Jair Bolsonaro renovou suas críticas ao TSE e acusou perseguição à direita.

6 de abril de 2025, 20h38 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Em seu pronunciamento durante o ato em apoio à anistia dos envolvidos nos acontecimentos de 8 de janeiro, realizado na Avenida Paulista neste domingo (6/4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou confiança na possibilidade de receber auxílio internacional e na mudança da composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter sua inelegibilidade e disputar a presidência em 2026.

Bolsonaro criticou as decisões do TSE durante as eleições de 2022, acusando o Judiciário de orquestrar um golpe para beneficiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente mostrou otimismo em relação ao cenário eleitoral de 2026, destacando que no próximo ano, o ministro André Mendonça, indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), assumirá a presidência da Corte eleitoral.

“Em 2026, o TSE terá um perfil completamente imparcial, e poderemos confiar nas eleições”, declarou Bolsonaro.

Em seguida, ele mencionou sua “esperança de que algo de fora venha a colaborar” após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, com quem mantém uma aliança.

“Faltou aqui hoje um de meus filhos, o 03, que fala várias línguas e tem contatos com pessoas importantes nos Estados Unidos”, comentou Bolsonaro, referindo-se a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou de seu cargo para viver nos EUA, alegando perseguição por parte do Judiciário brasileiro.

Os outros filhos de Bolsonaro — o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Jair Renan (PL-SC) — estiveram presentes no evento.

Sobre a possível ajuda internacional, o ex-presidente comentou o caso de Filipe Martins, que será julgado nos Estados Unidos. Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro para assuntos internacionais, está preso preventivamente desde sua participação na comitiva presidencial que viajou aos EUA em dezembro de 2022. A defesa de Martins refutou a informação de que ele teria embarcado naquele voo.

Martins é um dos envolvidos no caso que visava manter Bolsonaro na Presidência após sua derrota para Lula, sendo sua saída do Brasil uma justificativa para sua prisão, com alegações de risco de fuga do julgamento.

Bolsonaro também falou sobre sua ida aos Estados Unidos, dizendo que foi essa decisão que lhe garantiu a sobrevivência. Ele afirmou que, caso tivesse permanecido no Brasil, teria sido preso ou até assassinado no dia 8 de janeiro de 2023, em um possível “golpe perfeito” de aliados do presidente Lula, a quem se referiu como “vagabundo”, sem mencioná-lo diretamente.

“O golpe deles só não foi perfeito porque, em 30 de dezembro de 2022, eu saí do Brasil. Algo me alertou de que algo aconteceria. Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de janeiro ou talvez até morto por colocar esse vagabundo na Presidência”, afirmou.

Além disso, o ex-presidente criticou o “ativismo judicial” como uma perseguição à direita global, citando o caso da líder francesa Marine Le Pen, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o candidato à presidência da Romênia, Calin Georgescu, que foi removido da disputa sob acusações de influência russa em sua campanha.

Em um momento de tentativa de se conectar com o público internacional, Bolsonaro falou um pouco de inglês. Embora tenha atribuído sua dificuldade no idioma a uma “falha na sua formação”, ele mencionou, de forma desconexa, que no Brasil, um pipoqueiro e um sorveteiro foram presos sob a acusação de tentar um golpe de Estado, o que, para ele, seria uma grande vergonha. Sua fala gerou repercussão nas redes sociais e se tornou motivo de memes.

Foto: Reprodução.

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