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Bolsonaro deu aval para militares irem para cima de Gilmar Mendes Mendes usou o termo genocídio diante da falta de ação do Ministério da Saúde para conter o número de mortes no país pela COVID-19.

13 de julho de 2020, 19h39 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

A nota divulgada nesta segunda-feira (13) pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os chefes das Três Forças — Marinha, Exército e Aeronáutica — confrontando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve aval do presidente Jair Bolsonaro. Ele concordou que os militares partissem para cima de Mendes.

Já no sábado (11) à noite, Azevedo e Silva estava disposto a dar uma resposta ao ministro do STF, depois de ele declarar que o Exército estava se associando ao genocídio, diante da falta de ação do Ministério da Saúde para conter o número de mortes no país pela covid-19. A pasta da Saúde é chefiada hoje por um general três estrelas, Eduardo Pazuello.

Mesmo indignado com Gilmar, o ministro da Defesa preferiu soltar, no sábado à noite, uma nota mais genérica ressaltando todo o trabalho feito pelas Forças Armadas no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, Azevedo e Silva esperava uma retração pública do ministro do STF.

Desculpas de Gilmar não veio

Gilmar até tentou se desculpar pelo uso do termo “genocídio”. Numa mensagem nas redes sociais, disse que respeitava as Forças Armadas, mas, logo adiante, voltou a atacar o Ministério da Saúde, criticando a militarização da pasta, sem se desculpar pela declaração anterior.

No domingo (12/07), começou a se definir uma ação mais contundente contra Gilmar. Em vez de só o ministro da Defesa assinar uma nota de repúdio, os comandantes das Três Forças endossaram a posição, com o intuito de ressaltar que o repúdio é geral.

A determinação do ministro e dos chefes das Três Forças é de levar o caso adiante e pressionar para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) insista numa representação contra Gilmar. Os militares querem uma retratação pública do ministro do STF.

Ação enérgica contra ministro do Supremo

Como o caso se institucionalizou, com as Três Forças endossando o documento preparado pelo ministro da Defesa, Bolsonaro foi acionado e deu completo aval para a nota divulgada nesta segunda. Ele concordou que o momento exigia uma ação enérgica contra o ministro do Supremo, que, na visão dos militares, passou dos limites.

“Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e, sobretudo, leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”, diz a nota assinada por Azevedo e Silva e pelos comandantes do Exército, general Edson Pujol; da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior; e da Aeronáutica, brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez.

Nos bastidores, segundo o site Correio Braziliense, Mendes tem demonstrado que está tranquilo quanto à legalidade das declarações, embora saiba que são polêmicas. Após a fala do ministro, houve várias reações da ala militar, todas com o aval do presidente Jair Bolsonaro.

Além de Azevedo, manifestaram-se o vice-presidente Hamilton Mourão, para quem Mendes “forçou a barra” ao falar em associação a genocídio, e o ministro Augusto Heleno, que considerou o episódio uma “injusta agressão”.

Fonte/Créditos: Correio Braziliense.
Foto: Correio Braziliense

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