Por Itatiaia
Em Belo Horizonte, onde participa da cerimônia de posse do novo presidente do diretório estadual do Partido Liberal (PL), o deputado federal Domingos Sávio, o ex-presidente Jair Bolsonaro discursou a correligionários e defendeu as ações do seu mandato à frente do Palácio do Planalto. Em seu pronunciamento, Bolsonaro disse que, apesar das ações de seu governo, “as urnas quiseram mostrar algo diferente”.
“Lamentavelmente, em outubro do ano passado, as urnas quiseram mostrar algo diferente”, afirmou na tarde desta segunda-feira (28) após se reunir, a portas fechadas, com lideranças do PL.
O ex-presidente disse, ainda, que a transição de governo foi feita “sem qualquer problema” e exaltou a bancada de deputados federais formada por aliados seus, eleitos na mesma eleição em que ele foi derrotado.
“Logicamente, tivemos uma eleição lá na ponta da linha bastante dividida e fizemos a transição sem qualquer problema. Foram dois meses que o outro lado teve amplo acesso a todos os ministérios e a todos os números que tínhamos à disposição”, disse, sobre o período em que, ainda à frente da Presidência, decidiu se recolher e evitou aparecer em eventos públicos. Em dezembro do ano passado, na antevéspera da posse de seu adversário no pleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o capitão reformado do Exército viajou para os Estados Unidos, país onde permaneceu por três meses.
Ainda em seu discurso, criticou os dados da economia e disse que o país passa por um “momento difícil”.
“Iniciou-se 2023 e tivemos a maior bancada de deputado federal dos últimos anos, a grande maioria com pessoas mais que bem intencionadas, comprometidas com o futuro do nosso Brasil. Temos um desafio pela frente e não vamos desistir do nosso Brasil, em que pese os números negativos da nossa economia que temos assistido, não podemos virar as costas para a nossa pátria”, afirmou.
Atentado em Juiz de Fora
Mais uma vez, Bolsonaro relembrou o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Na ocasião, ele foi esfaqueado por um chamado Adélio Bispo de Oliveira, e precisou ser internado e passar por cirurgia de emergência.
O ex-presidente costuma dizer que “renasceu em Minas Gerais” e voltou a questionar as investigações sobre o crime.
“No meio do caminho, aqui do lado, em Juiz de Fora, quase uma tragédia. Quem mandou matar Jair Bolsonaro? São respostas que poderiam ter sido elucidadas, mas a força de um sistema faz com que o Brasil tenha dificuldades de se mover”, afirmou durante discurso realizado no auditória da Associação Médica de Minas Gerais nesta segunda.
O caso foi investigado pela Polícia Federal, que chegou à conclusão de que não houve mandante para o atentado e que Adélio agiu sozinho.
Ele foi considerado inimputável pela Justiça Federal e está internado na ala psiquiátrica do Presídio Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.
Balanço do governo
Envolvido em uma série de investigações – dentre elas o caso da venda de joias que seriam de patrimônio da Presidência da República -, Bolsonaro usou seu discurso no evento do PL mineiro para destacar ações de seu governo. Ressaltou a montagem de um ministério “técnico”.
“Começamos a mudar a história do Brasil”, afirmou.
Ele ainda destacou a aprovação da Lei da Liberdade Econômica, em 2019, e que seu governo superou dificuldades, como a pandemia de covid-19 e os impactos provocados pela Guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“Entramos em 2022, uma guerra pela frente, com consequências econômicas para todo o globo. Vencemos essa fase também, negociamos fertilizantes direto com o líder russo [referindo-se ao presidente Vladimir Putin], assim como o fornecimento de diesel. Também ao longo de nosso mandato, resolvemos a área mais pobre de Minas Gerais, o Vale do Jequitinhonha, que já está explorando lítio graças ao trabalho dos nossos ministros lá atrás. Muitas coisas fizemos pelo Brasil, como um auxílio emergencial na casa dos R$ 50 bilhões por mês, que fez com que a economia desses municípios, mais pobres, não viesse a sucumbir”, ressaltou.
Por fim, Bolsonaro ainda leu 10 pontos de um manifesto sobre as políticas defendidas pelo PL. Veja:
- Defesa da Constituição Federal
- Defesa da família brasileira
- Defesa da vida desde a concepção
- Defesa da liberdade de expressão
- Defesa da propriedade privada
- Defesa da legítimo direito à defesa
- Defesa da diminuição da carga tributária
- Defesa da liberdade econômica
- Defesa da agroindústria
- Contra a liberação das drogas
Foto: Reprodução/PL