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Bolsonaro empossa Ciro Nogueira como novo ministro da Casa Civil Senador licenciado assinou termo de posse na semana passada, quando foi confirmado no cargo. Ele é um dos principais líderes do Centrão

4 de agosto de 2021, 17h30 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) empossou, na tarde desta quarta-feira (4/8), Ciro Nogueira como novo ministro-chefe da Casa Civil.

A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto e lotou o Salão Nobre do prédio com autoridades como os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e os governadores Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

O senador licenciado já havia assinado o termo de posse na semana passada, assim que foi confirmado no cargo. Ciro é um dos principais líderes do Centrão.

O novo ministro é o quarto a ocupar o comando da pasta em dois anos e meio de governo. Já passaram pelo ministério Onyx Lorenzoni, Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos.

Desde a mais recente troca no comando da Casa Civil, o presidente Jair Bolsonaro tem afirmado que o antecessor de Ciro, Ramos, tinha “dificuldade” no “linguajar com o Parlamento”. Segundo Bolsonaro, Nogueira fará um “brilhante trabalho de aproximação” com o Congresso Nacional.

Ramos é amigo pessoal do presidente Bolsonaro. O general assumiu a Secretaria de Governo em meados de 2019. Como o militar não tinha experiência política, o seu fraco desempenho o levou a ser substituído pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF). Em março de 2021, ele foi para a Casa Civil.

Entre as atribuições da pasta, está o assessoramento direto do chefe do Poder Executivo. Por essa função, a pasta é tida como uma das mais importantes dentro do governo. O ministro despacha no próprio Palácio do Planalto, no quarto andar, um acima do gabinete presidencial.

Perfil

Natural do Piauí, Ciro Nogueira tem 52 anos. É formado em direito e, nas últimas eleições, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 23,3 milhões em bens.

Nogueira ingressou na vida parlamentar em 1995, quando foi eleito deputado federal, ainda aos 26 anos. Em Brasília, é considerado um “político profissional”.

No passado, já apoiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. Em 2017, durante entrevista à TV Meio Norte, Ciro afirmou que Bolsonaro “tem um caráter fascista”.

A cerimônia

Ciro Nogueira foi aclamado pelos presentes em vários momentos da cerimônia. Em sua fala, o ministro-chefe da Casa Civil disse que seria mais fácil não enfrentar o novo desafio, “mas não teria sido o mais certo”.

“Teria sido mais fácil, sim. Não enfrentar este desafio neste momento de tamanha dificuldades, de tanta radicalização, de tantas críticas. Teria sido mais fácil. Teria sido mais fácil, senhor presidente, me acovardar com um pretexto qualquer ao receber o cativante e honroso convite de vossa excelência para integrar o governo em um momento que tudo está difícil”, afirmou.

“Tudo isso teria sido mais fácil, mas não teria sido o mais certo. Com certeza, não. Não se trata entre uma escolha entre o mais fácil e o mais difícil, mas entre o certo e o errado”, prosseguiu.

O senador licenciado ainda ressaltou que vai estar ao lado de Bolsonaro para “alertar sobre os perigos do percurso” e auxiliar “a encontrar o rumo certo”.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a chegada de Ciro Nogueira no primeiro escalão é uma “demonstração” de que o governo quer “aprofundar” as relações com o Parlamento.

“O Ciro disse bem: ele poderia optar pelo conforto, a vida de parlamentar tem suas dificuldades, mas obviamente os problemas lá são pulverizados. Aqui, cai tudo exatamente no colo da mesma pessoa. Chova ou faça sol”, disse o presidente.

Em seu discurso de despedida da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos afirmou que é uma “alegria” passar o cargo à Ciro, que classificou como uma pessoa “muito qualificada” e de “elevada capacidade de diálogo”.

O general ainda se disse uma pessoa “acostumada a cumprir as tarefas mas variadas e complexas”, mas que enfrentou dificuldades no comando da pasta.

“As circunstâncias dessa nova tarefa [ter assumido a Casa Civil em março deste ano] eram inéditas e estimulantes. Além de assessorar o presidente da República em vários assuntos do governo, algumas servidões dominaram minhas preocupação na Casa Civil”, declarou.

Trocas ministeriais
Durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro prometeu que seu governo teria no máximo 15 ministérios. Ele, no entanto, começou o mandato com 22 pastas e, atualmente, conta com 23 ministérios.

Ao todo, Bolsonaro já fez 29 trocas ministeriais. Dentre elas, 18 ministros perderam vínculo total com o primeiro escalão do governo. Alguns tornaram-se desafetos públicos do presidente, como são os casos do general Santos Cruz, Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta.

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

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