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Bolsonaro fala de “participação” do general Villas Bôas em 2016 Presidente colocou o impeachment de Dilma ao lado de outros eventos históricos nos quais, segundo ele, as Forças Armadas estiveram presentes

19 de abril de 2022, 15h54 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Mertrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta terça-feira (19/4), que o general da reserva Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, participou e marcou a história ao atuar em 2016, ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A declaração foi dada em solenidade alusiva ao Dia do Exército, que marca os 374 anos da instituição, em Brasília (DF).

Bolsonaro discursava sobre a participação das Forças Armadas em “todos os momentos difíceis” pelos quais o país passou. Ele citou, por exemplo, a instauração do regime militar em 1964 e o processo de redemocratização iniciado em 1986.

“Quando se fala de Exército brasileiro, vem à nossa mente que em todos os momentos difíceis que a nossa nação atravessou, as Forças Armadas, o nosso Exército sempre esteve presente. Assim foi em 22, em 35, em 64 e em 86 com a transição onde participação ativa do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a transição foi feita com os militares, e não contra os militares”, afirmou Bolsonaro.

“E também agora em 2016, em mais outro difícil momento da nossa nação, a participação do então comandante do Exército, Villas Bôas, marcou a nossa história”, prosseguiu. Villas Bôas, que comandou o Exército entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2019, estava presente na cerimônia. Em função de uma doença de caráter degenerativo, o general respira com ajuda de aparelhos e se locomove em cadeira de rodas.

Na sequência, o mandatário disse que os militares “não dão recado” e têm participação ativa na garantia da lei e da ordem.

“As Forças Armadas não dão recado, elas estão presentes, elas sabem como proceder, sabem o que é melhor para seu povo, o que é melhor para o seu país. Elas tem participação ativa na lei e na ordem, da nossa soberania e do regime no qual o povo quer viver. E nós sabemos que esse regime, acima de tudo, está a nossa liberdade.”

As declarações de Bolsonaro vêm dias depois da revelação, pela colunista Miriam Leitão, de áudios nos quais ministros do Superior Tribunal Militar (STM) debocham da prática de tortura na ditadura militar. O presidente da República ainda não se manifestou sobre o assunto.

Eleições 2022

Bolsonaro disse ainda que todos, inclusive os militares, são agentes do processo eleitoral e saudou o ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem frequentemente critica, pelo convite às Forças Armadas para participar do pleito.

“Não podemos jamais ter eleições no Brasil que sobre elas paire o manto da suspeição. E esse compromisso é de todos nós, presidentes dos poderes, comandantes de forças aqui, obviamente, direcionado ao ministro da Defesa. Todos nós somos importantes, todos nós somos agentes desse processo. E eu tenho certeza que as eleições do corrente ano seguirão o seu ritmo normal”, inicicou.

“Eu quero cumprimentar aqui o ministro Luís Barroso, que enquanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral, convidou as Forças Armadas. Repito: convidou as Forças Armadas a participar de todo o processo eleitoral. O que o povo quer é paz, tranquilidade, é trabalho, é poder viver em harmonia e trabalhar para que o seu país, de verdade, seja uma grande nação.”

Foto: Rafela Felicciano/Metrópoles

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