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Bolsonaro ignora alerta técnico de que não há espaço no orçamento ao falar em reajuste para servidor

16 de novembro de 2021, 15h35 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por G1

Técnicos do Ministério da Economia têm alertado o presidente Jair Bolsonaro há pelo menos três meses de que um eventual reajuste linear para servidores federais não caberá no Orçamento de 2022, mesmo com a abertura de espaço fiscal promovida pela eventual aprovação do PEC dos Precatórios.

Nesta terça-feira, porém, no Bahrein, Bolsonaro voltou a falar em conceder reajuste para os servidores. Ele já havia feito declaração neste sentido na segunda-feira, em Dubai.

Cálculos da área econômica são de que um reajuste linear de 5%, por exemplo, representaria R$ 15 bilhões nas contas federais. Já um percentual que venha a repor a inflação de 2021, próxima de 10%, custaria o mesmo que o antigo Bolsa Família.

Segundo relato de fontes econômicas ao blog, os números foram apresentados a Bolsonaro em recente reunião no Planalto.

Além do Auxílio Brasil de R$ 400, que consumiria em torno de R$ 50 bilhões, boa parte da sobra no teto de gastos terá que ser direcionada para cobrir as despesas afetadas pela inflação mais alta, que irá levar à correção de benefícios previdenciários e do salário mínimo, por exemplo.

Bolsonaro seguia insistindo, contudo, que não poderia passar os quatro anos de mandato sem dar reajustes aos servidores.

Policiais

Já era discutida a possibilidade de destinar em torno de R$ 1,5 bilhão para a reestruturação da carreira de policial federal, o que, na prática, representaria reajuste para a categoria que o presidente quer ter ao seu lado até a eleição de 2022.

A reestruturação também ajudaria o ministro da Justiça, Anderson Torres, que deseja concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Distrito Federal – domicílio eleitoral de boa parte da categoria.

Dentro do governo, Bolsonaro é alertado que, se privilegiar somente uma categoria, a de policiais, vai angariar ainda mais desaprovação entre outras categorias.

Ao longo do governo, Bolsonaro privilegiou reestruturações e aumentos salariais e de benefícios a servidores de categorias que tradicionalmente o apoiam, como militares e policiais.

A necessidade de ampliar sua base de apoio levou Bolsonaro a trazer a ideia de volta à mesa. No Congresso, parlamentares também acreditam que a promessa de reajuste de salários também pode ajudar a angariar mais apoio para a aprovação da PEC, prestes a passar por mudanças no Senado.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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